Autismo infantil: interação paciente-psicoterapeuta na clínica psicanalítica

Data

2022-05-10

Autores

Schmidt, Kathyúscia Geórgia Araujo do Valle

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Resumo

Tendo em vista o grande aumento de crianças pequenas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista [TEA] no Brasil e no mundo, entende-se que faz parte do papel do psicólogo infantil fomentar pesquisas que possam contribuir para a produção de conhecimento sobre o tema. Nesse sentido, o presente estudo se justifica por buscar compreender as nuances da interação paciente-psicoterapeuta, vivenciadas durante o atendimento às crianças assim diagnosticadas. O objetivo desta pesquisa consistiu em analisar as interações do paciente, durante as sessões de psicoterapia psicanalítica, realizadas com uma criança diagnosticada com TEA - Transtorno do Espectro Autista. Foi realizada uma investigação psicanalítica, a partir dos fatos clínicos ocorridos no setting terapêutico, os quais foram analisados através de fundamentos teóricos da psicanálise a fim de possibilitar a compreensão, a busca de novos significados e a construção de fatos clínicos psicanalíticos. Participam do estudo uma criança diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista [TEA], sua mãe adotiva e uma coterapeuta. A criança foi atendida em psicoterapia psicanalítica em uma instituição que oferece atendimento a crianças com atraso global no desenvolvimento. A coleta de dados foi realizada a partir dos relatórios produzidos pela psicoterapeuta. Em algumas sessões foram realizados vídeos de curta duração, assim os relatórios decorrem tanto das anotações realizadas após cada sessão quanto da transcrição dos vídeos. O material coletado foi explorado a partir da leitura pormenorizada dos relatórios, assim foram selecionados e analisados os fatos clínicos relacionados às situações em que houve interação através do olhar e/ou da fala pela criança durante as sessões de psicoterapia. Posteriormente, os fatos clínicos psicanalíticos construídos foram organizados nas seguintes categorias: Interação pelo olhar através do espelho; Interação pela fala sem o contato visual; Interação pelo olhar e pela fala. Por fim, a constatação de que a intervenção psicanalítica pode promover fendas no estado encapsulado de uma criança com autismo, foi um dos pontos chaves na realização deste trabalho.

Descrição

Palavras-chave

Autismo, Fatos clínicos, Psicanálise, Psicoterapia

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