Fotobiomodulação como terapia adjuvante para distúrbios olfativos em pós-COVID-19 e rinite alérgica: evidências de ensaios clínicos randomizados
Data
2025-08-18
Autores
Oliveira, Patrícia Costa
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Resumo
A Terapia de Fotobiomodulação (TFBM) é uma abordagem não invasiva que utiliza fótons do espectro vermelho ao infravermelho para modular processos biológicos, apresentando propriedades anti-inflamatórias e regenerativas. Este estudo investigou a eficácia da TFBM como tratamento adjuvante para distúrbios olfativos em pacientes pós-COVID-19 e em indivíduos com Rinite Alérgica (RA). No primeiro estudo, foi realizado um ensaio clínico randomizado, controlado por placebo, que recrutou 81 pacientes com distúrbios olfativos após infecção por SARS-CoV-2 (1 a 12 meses). Os participantes foram alocados aleatoriamente em três grupos: controle, exposição à luz vermelha e exposição à luz infravermelha. A TFBM foi aplicada duas vezes por semana durante cinco semanas, associada ao uso de prednisolona (40 mg por cinco dias) e treinamento olfativo por 90 dias a partir do primeiro dia de aplicação do laser. Os desfechos avaliados incluíram os escores do Teste de Identificação de Cheiros da Universidade da Pensilvânia (UPSIT®) e escores subjetivos de quimiossensação, coletados antes da primeira sessão e três meses após. Os resultados mostraram que os pacientes submetidos à PBMT infravermelha apresentaram uma melhora significativa nos escores do UPSIT® (+4,6 pontos, IC 95%: 1,5 – 7,8, p=0,004) e uma tendência positiva nos escores subjetivos de olfato. As taxas de resposta foram de 26,1% (IC 95%: 6,7-45,5) no grupo controle, 43,5% (IC 95%: 21,6-65,4) no grupo vermelho e 68% (IC 95%: 48,3-87,7) no grupo infravermelho. Não foram relatados eventos adversos significativos. No segundo estudo, também um ensaio clínico randomizado e controlado por placebo, 62 pacientes com RA foram avaliados. Os participantes receberam PBMT duas vezes por semana, totalizando 8 sessões em um mês. O grupo controle consistiu em 29 pacientes que utilizaram um dispositivo não emissor de luz, enquanto 33 pacientes no grupo de terapia a laser foram tratados com um protocolo de 6 J de luz vermelha e infravermelha administrada de forma intranasal, além de 1 J de luz infravermelha aplicada externamente ao nariz. Avaliações objetivas, psicofísicas e subjetivas da obstrução nasal e da função olfativa foram realizadas antes e após o tratamento. Os resultados indicaram melhorias significativas em diversos parâmetros nasais e respiratórios, com o pico de fluxo nasal inspiratório (PFNI) mostrando melhora significativa (p < 0,001) e a Escala de Avaliação de Sintomas de Obstrução Nasal (NOSE) apresentando uma melhoria notável (p = 0,048). O Teste de Avaliação de Controle da Rinite (RCAT) também refletiu uma melhora significativa dos sintomas na última semana (p = 0,035), enquanto o UPSIT® não mostrou alteração significativa na função olfativa (p = 0,251). Os dados sugerem que a TFBM, especialmente no comprimento de onda infravermelho, é uma opção segura e eficaz no tratamento de distúrbios olfativos pós-COVID-19 quando combinada com corticosteroides sistêmicos por cinco dias e 90 dias de treinamento olfativo. Além disso, a TFBM se apresenta como uma alternativa terapêutica promissora para pacientes com RA, oferecendo uma opção viável para aqueles que não toleram medicamentos convencionais
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Palavras-chave
Fotobiomodulação, Laserterapia, Disfunção olfatória, Rinite alérgica, Olfato, Treinamento olfativo, Terapia a laser, COVID-19