Percepções sobre a formação acadêmica dos(as) psicólogos(as) que atuam nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) da Região Metropolitana de Londrina-PR
Data
2025-07-07
Autores
Leonardi, Jacqueline Montilha
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Resumo
A Psicologia possui uma diversidade de saberes e práticas, podendo atuar em diferentes contextos, sendo um destes, a política de Assistência Social. A partir dessa inserção, enquanto contexto de emergência do trabalho psicológico, essa pesquisa analisou as percepções dos(as) psicólogos(as) que atuam nos CRAS em equipe técnica de referência nos municípios de abrangência do Núcleo Regional de Londrina-PR, levantando as possíveis contribuições que a formação acadêmica proporcionou para sua prática profissional nesse campo. Para tanto, buscamos identificar, a partir de suas falas, se os(as) psicólogos(as) tiveram em suas formações iniciais discussões a respeito da política de Assistência Social e, se positivo, em quais disciplinas foram realizadas. Para além disso, quais temas trabalhados em diferentes disciplinas do curso, consideram contribuir para a sua prática. Também foram levantadas quais estratégias utilizam para suprir os possíveis déficits que identificam em suas formações iniciais. Partimos dos pressupostos de que: os(as) psicólogos(as) que se encontram atuando no contexto do CRAS não tiveram, em suas formações iniciais, debates específicos sobre a política de Assistência Social e, mesmo sem a presença de tal elemento formativo, esses profissionais utilizam, no desenvolvimento de suas práticas profissionais, diferentes conhecimentos adquiridos na graduação que auxiliam, de algum modo, a operar com os desafios do cotidiano de seu trabalho. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com sete psicólogos(as) que atuam nos municípios do referido núcleo regional. A análise foi realizada por meio da análise de conteúdo conforme procedimentos indicados por Bardin (2011). Os resultados foram organizados em duas categorias: “Formação acadêmica: conhecimentos sobre a política de Assistência Social e inserção no CRAS” e “Formação acadêmica: elementos de outras disciplinas e as contribuições para a prática profissional no CRAS”. De maneira geral, os resultados apontaram que inicialmente o(as) psicólogo(as) se sentiu(ram) despreparado(as) quando deu(ram) início ao trabalho no campo da Assistência Social, pois a formação acadêmica não ofereceu contribuição suficiente para atuação nesse campo. Foi perceptível que os cursos ofertaram uma formação voltada às práticas mais tradicionais da Psicologia, em sua maioria direcionadas às ações individualizantes e com pouco foco para as questões sociais, não contemplando conteúdos específicos sobre a política de Assistência Social. Ainda que reconheçam que elementos de outras disciplinas contribuem em suas práticas profissionais, indicam a importância das capacitações ofertadas por meio da educação permanente, no qual participam como profissionais da política de Assistência Social. A partir dos dados encontrados, entendemos que os currículos precisam ser repensados para que alcancem as necessidades dos(as) profissionais que trabalham nesse campo. Acreditamos ser necessária uma formação que desenvolva uma percepção crítica da realidade e das demandas sociais, assim como das competências e habilidades para o exercício da profissão, independentemente do local ou área de atuação, para que o(a) profissional esteja capacitado(a) a intervir em todos os espaços de trabalho. Indicamos, assim, a necessidade de revisão dos percursos formativos, de modo a preparar os(as) profissionais para atuação interdisciplinar e intersetorial, com olhar voltado para o coletivo, articulando teoria e prática, para alcançar os objetivos que a política de atendimento propõe
Descrição
Palavras-chave
Psicologia, Formação Inicial, Política Pública, Assistência Social, CRAS, Formação acadêmica, Prática profissional, Educação permanente