Efeito da mudança de modelo de triagem para admissão na unidade de terapia intensiva no desfecho de pacientes graves

Data

2022-05-03

Autores

Larangeira, Alexandre Sanches

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Resumo

Introdução: Considerando o desequilíbrio entre a demanda e a disponibilidade de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) e profissionais com formação especializada, é necessário escolher quem será admitido. Estabelecer critérios para triar pacientes é uma forma de gerenciar os recursos e racionalizar a decisão do profissional responsável pela triagem. A base da triagem do paciente grave é o prognóstico, que pode ser avaliado por meio de escores de gravidade, de disfunções orgânicas e de quantidade de trabalho da equipe. Objetivo: Analisar o efeito da implementação de novo modelo de priorização e triagem para admissão em unidade de terapia intensiva no desfecho de pacientes graves. Métodos: Foi realizado um estudo longitudinal retrospectivo, envolvendo pacientes adultos admitidos em UTI de hospital universitário no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2017. Foram excluídos os pacientes com tempo de permanência menor que 24 horas e as readmissões na UTI durante a mesma internação hospitalar. O desfecho primário foi considerado estado vital na saída do hospital. Os escores avaliados no estudo foram o Acute Physiology and Chronic Health Evaluation (APACHE II), Sequential Organ Failure Assessment (SOFA) e Therapeutic Intervention Scoring System (TISS 28). Os pacientes foram divididos em dois grupos de acordo com o período do estudo. Foram considerados período pré mudança do modelo de triagem os anos de 2013 a 2014 (período 1). Até o final do ano 2014 o protocolo institucional para triagem e admissão em UTI era fundamentado no critério cronológico (primeiro a chegar, primeiro a receber tratamento). Os anos de 2015 a 2017 foram considerados período pós mudança do modelo de triagem (período 2). A partir do início do ano 2015 foi implantado um modelo de priorização baseado na diretriz da Society of Critical Care Medicine, que leva em consideração a gravidade e a possibilidade de recuperação do paciente. O nível de significância utilizado foi de 5% e as análises foram realizadas utilizando-se o programa SPSS Statistics for Windows versão 19. Resultados: Foram analisados 3.283 pacientes, sendo que 1.227 foram admitidos no período 1 e 2.056 no período 2. Os pacientes admitidos no período 2 do estudo eram mais velhos, com menor proporção de doenças crônicas, tinham valor médio do escore APACHE II e do escore TISS 28 maiores comparados aos pacientes do período 1. O diagnóstico de sepse foi maior no segundo período do estudo. Foi observado aumento do número de admissões ao longo do período de estudo. No período 2 os pacientes apresentaram uma tendencia a permanecer menor tempo internados na UTI e no hospital e tiveram menor mortalidade na saída da UTI e do hospital. Conclusões: A mudança do modelo de triagem, de um modelo cronológico para um modelo de priorização resultou em melhora do desempenho de uma unidade de terapia intensiva, com aumento do número de admissões, redução da taxa de mortalidade hospitalar, além de uma tendência de redução do tempo de permanência hospitalar.

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Palavras-chave

Cuidados críticos, Triagem, Admissão do paciente, Unidades de terapia intensiva, Ocupação de leitos, Unidades de terapia intensiva - Leitos hospitalares

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