Implementação do manejo da sede: intervenção norteada pela tradução e intercâmbio do conhecimento.
Data
2022-12-08
Autores
Pierotti, Isadora
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Resumo
Introdução: O Modelo de Manejo da Sede (MMS) reúne as melhores evidências para reduzir a sede dos pacientes no pós-operatório imediato de forma segura e efetiva. A lacuna existente entre o conhecimento científico e seu uso na prática indica que a simples disseminação de evidências não significa sua incorporação pelos profissionais que prestam o cuidado. Torna-se necessário utilizar um arcabouço teórico que fundamente e operacionalize a implementação de evidências na prática assistencial. Objetivo: Avaliar a adoção e a fidelidade da implementação do Modelo de Manejo da Sede no pós-operatório imediato, norteada pela Tradução e Intercâmbio do Conhecimento (TIC) e operacionalizada pela intervenção Evidence-Based Practice for Improving Quality (EPIQ). Método: Estudo quase-experimental de tempo série do tipo pré e pós-teste, sem grupo controle. O estudo aconteceu entre novembro de 2020 a julho de 2021 no centro cirúrgico de um hospital universitário no sul do Brasil. A amostra constituiu-se de 236 eventos observados no pré-implementação e 198 no pós-implementação, durante a assistência de profissionais de enfermagem na Sala de Recuperação Anestésica (SRA). A implementação seguiu as duas etapas preconizadas pela intervenção EPIQ: Preparação e Implementação e Mudança. Dentre as fases percorridas encontram-se: realização do diagnóstico situacional, formação de um grupo de facilitadores, identificação de barreiras e facilitadores, reuniões com gestores da instituição, implementação da evidência utilizando múltiplas estratégias de TIC e, avaliação contínua do processo por meio da realização de três ciclos rápidos de melhoria contínua da qualidade - PDSA. Durante todo o período de implementação foram considerados os quatro elementos da TIC (síntese de evidências, disseminação, troca e aplicação eticamente sólida do conhecimento). A coleta de dados pré e pós-implementação e nas auditorias durante os ciclos aconteceu por meio da observação passiva da prática dos profissionais de enfermagem em SRA, com o objetivo de verificar a realização ou não dos quatro pilares do Modelo de Manejo da Sede. As variáveis de avaliação da implementação foram adoção e fidelidade, sendo que dois aspectos da fidelidade foram considerados: nível de adesão e alcance do público alvo. Realizou-se análise descritiva para apresentar os resultados dos ciclos rápidos e, o teste de Chi-quadrado para avaliar a variação da adoção do manejo da sede antes e após a implementação. Resultados: A adoção completa da evidência pela equipe de enfermagem foi de 28,2% no pré-implementação para 78,4% no pós-implementação (p<0,001). A meta estabelecida, 70% de realização dos quatro pilares do Modelo de Manejo da Sede, foi superada em um dos três ciclos: 61,1%, 66,6%, 84,0%, indicando o nível de adesão dos profissionais ao uso da evidência. O alcance do público-alvo no primeiro ciclo foi de 100%. Conclusão: O arcabouço teórico TIC e a intervenção multifacetada EPIQ mostraram-se promissores para a implementação da evidência na prática assistencial, uma vez que proporcionaram aumento significativo na adoção do Modelo de Manejo da Sede. Os elementos considerados essenciais para a tradução do conhecimento para a prática foram a formação de um grupo gerenciador, a atuação de facilitadores, a identificação de barreiras e facilitadores, e principalmente, a avaliação contínua do processo.
Descrição
Palavras-chave
Enfermagem, Sede perioperatória, Enfermagem perioperatória, Período de recuperação da anestesia, Enfermagem baseada em evidências