Avaliação do grau de exposição de cães a micotoxinas em ração seca
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Resumo: Grãos e cereais são matérias-primas comumente empregadas na fabricação de rações, e excelentes substratos para o desenvolvimento fúngico devido ao seu alto valor nutricional Os fungos podem contaminar esses produtos durante o desenvolvimento no campo, estocagem ou durante o transporte Práticas agrícolas inadequadas, assim como más condições de secagem, manuseio e armazenamento podem contribuir com o crescimento de fungos e aumentar o risco de contaminação por micotoxinas Micotoxinas são metabólitos secundários tóxicos produzidos por fungos filamentosos que se desenvolvem em grãos e cereais do mundo todo As micotoxinas podem causar diferentes efeitos tóxicos em animais, tais como imunossupressão, nefrotoxicidade, hepatotoxicidade, efeitos estrogênicos, carcinogênico e morte A sensibilidade para as várias micotoxinas relaciona-se com o tipo de micotoxina consumida, o nível e a duração da ingestão, bem como a raça, a idade e a saúde geral do animal O objetivo desse estudo foi avaliar o grau de exposição de cães a micotoxinas pela ingestão de rações naturalmente contaminadas Assim, a ocorrência de aflatoxinas (AFs), fumonisinas (FBs) e zearalenona (ZEA) foi avaliada em três tipos de rações destinadas a cães (n=81), coletadas nas residências dos proprietários no Norte do Paraná, Brasil AFs, FBs e ZEA foram detectadas em 1, 72,8 e 97,5% das amostras de ração para cães, respectivamente Os níveis médios de aflatoxinas totais (AFB1+AFB2+AFG1+AFG2) nas rações do tipo Standard, Premium e Super Premium foram 1,29 µg/kg, ,49 µg/kg e ,53 µg/kg Os níveis médios de aflatoxinas nas rações Standard diferiram significativamente das rações Premium e Super Premium pelo teste de Kruskal-Wallis (p<,5) Os níveis médios de fumonisinas (FB1+FB2) foram 272,43 µg/kg (Standard), 78,22 µg/kg (Premium) e 186,53 µg/kg (Super Premium) No entanto, não houve diferença significativa pelo teste de Kruskal-Wallis (p>,5) nos níveis médios de fumonisinas entre todos os tipos de ração Os níveis médios de ZEA foram 52,6 µg/kg (Standard), 1,6 µg/kg (Premium) e 17,55 µg/kg (Super Premium) Os níveis médios de ZEA nas rações Standard diferiram significativamente das rações Premium e Super Premium pelo teste de Kruskal-Wallis (p<,5) A estimativa da ingestão diária de AFs (,13 µgs/kg peso corpóreo /dia), FBs (1,479 µg/kg peso corpóreo/dia) e ZEA (,483 µg/kg peso corpóreo/dia) para cães foram inferiores à ingestão diária aceitável (ADI) e ao nível de ingestão segura para animais de companhia (SPDL) para cada micotoxina, indicando que todas as rações foram consideradas seguras para o consumo de cães, em relação à contaminação por essas micotoxinas Entretanto, o monitoramento contínuo da cadeia produtiva de rações é essencial, a fim de minimizar os perigos à saúde dos animais de companhia Do nosso conhecimento, esse é o primeiro relato sobre o grau de exposição de cães a micotoxinas por meio de rações secas naturalmente contaminadas no Brasil
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Palavras-chave
Biotecnologia animal, Cães, Alimentação e rações, Micotoxinas, Rações, Animal biotechnology, Feeding and feeds, Mycotoxins, Evaluation, Exposure to biological agents, Pets, Dogs, Feeds