O fim real e o fim futuro em Murilo Mendes : a poesia apocalíptica de As Metamorfoses

dc.contributor.advisorVieira, Miguel Heitor Braga
dc.contributor.authorBarroso, Rodolfo Lessa
dc.contributor.bancaRodrigues, Flavio Luis Freire
dc.contributor.bancaDias, Ellen Mariany da Silva
dc.coverage.extent108 p.
dc.coverage.spatialLondrina
dc.date.accessioned2024-11-06T16:21:25Z
dc.date.available2024-11-06T16:21:25Z
dc.date.issued2023-06-05
dc.description.abstractUma família com máscaras contra gases mortíferos, um bailarino dançando no arco-íris e navios batendo palmas são alguns dos cenários apocalípticos construídos pela voz poética de As Metamorfoses. Se alguns críticos tendem a resumir a trajetória de Murilo Mendes (1901-1975) a somente um grande autor do surrealismo brasileiro, por outro lado é nítido o não pertencimento de sua poesia a alguma vanguarda específica. Embora o poeta demonstrasse interesse por vanguardas, nunca deixou que seus poemas estivessem presos em um único estilo ou rótulo, afinal, tratamos aqui de uma poesia livre, como mesmo sugere um de seus títulos, Poesia Liberdade (1947). A fim de compreender melhor a poética deste importante autor do século XX, analisa-se neste trabalho o livro de poemas intitulado As Metamorfoses, publicado em 1944. Dividido em duas partes, a análise do livro seguiu a partir de uma divisão por temáticas presentes em cada parte: primeiro, observa-se a grande influência dos cometas, principalmente o Halley; também a dança, trazida pelo bailarino Nijinski; e a guerra, especialmente a Segunda Guerra, sendo, inclusive, o contexto de produção da época. Já na segunda parte do livro, intitulado “O véu do tempo”, percebe-se a presença muito perceptível da figura feminina, a saber, as musas dos poemas, tal como os mitos, que se misturam entre cristianismo, mitologia grega e essencialismo – filosofia de vida herdada do amigo pessoal do poeta, Ismael Nery (1900-1934). Apesar das muitas temáticas, foi possível concluir que tanto a forma quanto o conteúdo dos poemas apontam sempre para um fim: seja um fim real, que já acontecera, ou um fim futuro, presente nas profecias e visões, ou, ainda, no apocalipse, exclusivamente o joanino, o qual muito influenciou a poesia de As Metamorfoses. O título, que pode sugerir, inclusive, uma referência à obra de Ovídio (8 d. C.), revela uma dualidade entre princípio e fim: para que o novo surja, o antigo precisa deixar de existir. Em uma ordem progressiva, o eu poético cria maneiras de trazer à tona o fim do mundo, seja com o absurdo das imagens surrealistas, ou mesmo com a presença feminina que, em si, já traz tais características. Assim, nos poemas, o universo é reduzido a nada, para que um “Novo Céu” e uma “Nova Terra” surjam, na esperança de que somente assim seria possível pôr um fim em um mundo em guerra, que vive sobre destroços das barbáries, e já sem solução. Deste modo, a poesia de As Metamorfoses se mostra como uma poesia de denúncia, mas também de esperança e de resistência, que encontra no fim do mundo um fascínio, já que somente após um turbulento apocalipse é que se é possível trazer o paraíso.
dc.description.abstractother1A family with masks against deadly gases, a dancer dancing on a rainbow and ships clapping their hands are some of the apocalyptic scenarios constructed by the poetic voice of The Metamorphoses. If some critics tend to summarize the trajectory of Murilo Mendes as just a great author of Brazilian surrealism, on the other hand, it is clear that his poetry does not belong to any specific avant-garde. Although the poet showed an interest in the avant-garde, he never allowed his poems to be trapped in a single style or label, after all, we are dealing here with free poetry, as suggested by one of his titles, Poetry Freedom. In order to better understand the poetics of this important author of the 20th century, this work analyzes the book of poems entitled The Metamorphoses, published in 1944. Divided into two parts, the analysis of the book proceeded from a division by themes present in each part: first, the great influence of comets, mainly Halley's, is observed; also the dance, brought by the dancer Nijinski; and the war, especially the Second World War, which was also the context of production at the time. Already in the second part of the book, entitled The Veil of Time, one perceives the very noticeable presence of the female figure, namely, the muses of the poems, such as the myths, which are mixed between Christianity, Greek mythology and essentialism - philosophy of life inherited from the poet's personal friend, Ismael Nery. Despite the many themes, it was possible to conclude that both the form and the content of the poems always point to an end: be it a real end, which has already happened, or a future end, present in prophecies and visions, or even in the apocalypse, exclusively the of John, which greatly influenced the poetry of The Metamorphoses. The title, which may even suggest a reference to the work of Ovid (8 AD), reveals a duality between beginning and end: for the new to emerge, the old must cease to exist. In a progressive order, the poetic self creates ways to bring out the end of the world, either with the absurdity of surrealist images, or even with the female presence that, in itself, already brings such characteristics. Thus, in the poems, the universe is reduced to nothing, so that a “New Heaven” and a “New Earth” emerge, in the hope that only in this way would it be possible to put an end to a world at war, which lives on the wreckage of barbarismo, and now no solution. In this way, the poetry of The Metamorfoses shows itself as a poetry of denunciation, but also of hope and resistance, which finds a fascination in the end of the world, since only after a turbulent apocalypse is it possible to bring paradise.
dc.identifier.urihttps://repositorio.uel.br/handle/123456789/18406
dc.language.isopor
dc.relation.departamentCLCH - Departamento de Letras Vernáculas e Clássicas
dc.relation.institutionnameUniversidade Estadual de Londrina - UEL
dc.relation.ppgnamePrograma de Pós-Graduação em Letras
dc.subjectMurilo Mendes
dc.subjectPoesia
dc.subjectApocalipse
dc.subjectFim do mundo
dc.subjectPoesia brasileira
dc.subjectFamília
dc.subjectIdentidade
dc.subjectMáscaras
dc.subject.capesLingüística, Letras e Artes - Letras
dc.subject.cnpqLingüística, Letras e Artes - Letras
dc.subject.keywordsMurilo Mendes
dc.subject.keywordsPoetry
dc.subject.keywordsApocalypse
dc.subject.keywordsEnd of the world
dc.subject.keywordsBrazilian poetry
dc.subject.keywordsFamily
dc.subject.keywordsIdentity
dc.subject.keywordsMasks
dc.titleO fim real e o fim futuro em Murilo Mendes : a poesia apocalíptica de As Metamorfoses
dc.title.alternativeThe real end and the future end in Murilo Mendes : the apocalyptic poetry of The Metamorphoses
dc.typeDissertação
dcterms.educationLevelMestrado Acadêmico
dcterms.provenanceCentro de Letras e Ciências Humanas

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