Estratégias de uso de fontes inorgânicas de nitrogênio em mudas de espécies arbóreas neotropicais de distintos estágios sucessionais
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Debiasi, Tatiane Viegas
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Resumo
Resumo: As plantas absorvem o nitrogênio do solo principalmente a partir das fontes inorgânicas nitrato (NO3-) e amônio (NH4+) Diferentes espécies vegetais podem apresentar padrões específicos quanto à fonte de nitrogênio mineral preferencialmente utilizada, o que pode ser uma importante resposta adaptativa ao ambiente onde vivem Esse trabalho teve como objetivo analisar as estratégias de uso de diferentes fontes inorgânicas de nitrogênio (NO3- ou NH4+) por mudas de espécies arbóreas neotropicais pioneiras e não pioneiras Foram selecionadas quatro espécies: duas pioneiras (Heliocarpus popayanensis Kunth e Trema micrantha (L) Blume) e duas não pioneiras (Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze e Eugenia brasiliensis Lam) Analisou-se o efeito do cultivo em hidroponia com NO3- ou NH4+ sobre o crescimento e metabolismo do nitrogênio (conteúdo endógeno de compostos nitrogenados, atividade da enzima nitrato redutase e taxa de absorção das duas fontes de nitrogênio) de mudas dessas espécies Além disso, foi medida a incorporação de 15N em aminoácidos na raiz e folhas após a incubação com 15NO3- ou 15NH4+ Verificou-se que as espécies pioneiras tiveram uso majoritário do NO3-, apresentando alta taxa de absorção desse ânion da solução e assimilando-o principalmente na folha, conforme verificado pela alta atividade de enzima nitrato redutase foliar, pelos altos níveis de NO3- na seiva do xilema e pelo maior enriquecimento com 15N em aminoácidos nas folhas em relação à raiz Quando cultivadas com NH4+, apresentaram sintomas de toxicidade e tiveram o crescimento reduzido As espécies não pioneiras não foram sensíveis à toxicidade do NH4+ Inclusive, C estrellensis foi beneficiada pelo cultivo com esse cátion As mudas dessa espécie absorveram igualmente as duas fontes de N e a assimilação do NO3- ocorreu principalmente nas folhas, de forma similar às pioneiras Já as mudas de E brasiliensis absorveram preferencialmente NH4+ e, diferentemente do que ocorreu nas demais espécies, assimilaram o NO3- principalmente na raiz Em todas as espécies, a assimilação do NH4+ ocorreu predominantemente na raiz Observaram-se também variações na translocação de compostos nitrogenados na seiva do xilema e no metabolismo de aminoácidos na raiz e folhas entre as espécies do mesmo grupo sucessional No entanto, verificou-se nas espécies pioneiras predomínio de asparagina na raiz e na seiva do xilema, enquanto nas não pioneiras a glutamina foi o aminoácido mais abundante na raiz e na seiva do xilema As diferentes respostas entre os grupos funcionais devem estar relacionadas a adaptações às condições de luminosidade e disponibilidade de nitrogênio dos ambientes onde essas espécies são encontradas Além disso, a diferença quanto ao uso do NO3- entre as não-pioneiras pode ter relação com o estrato que essas espécies atingem ao longo do seu ciclo de vida, já que, ao contrário de E brasiliensis (subosque), C estrellensis atinge o dossel, o que poderia favorecer o uso do NO3-
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Palavras-chave
Ecofisiologia vegetal, Nitrogênio, Metabolismo, Plantas, Efeito do nitrogênio, Plants, Effect of nitrogen on, Nitrogen, Rain forest conservation, Plant ecophysiology, Metabolism