Adesão de Salmonella enteritidis em superfícies de processamento de alimentos
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Oliveira, Kelly Mari Pires de
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Resumo
Resumo: Os biofilmes são estruturas altamente organizadas nas quais microrganismos crescem e sobrevivem a ambientes hostis São definidos como complexos ecossistemas microbianos embebidos em uma matriz de substâncias poliméricas extracelulares (EPS) aderidos a uma superfície Biofilmes apresentam uma maior resistência aos sanitizantes que as células livres e quando em superfícies de processamento de alimentos podem trazer problemas relacionados à contaminação cruzada, contaminação pós-processamento e corrosão de equipamentos A compreensão dos fatores e processos biológicos envolvidos no estabelecimento e desenvolvimento dos biofilmes é de fundamental importância Os mecanismos que governam a adesão dependem da natureza da superfície de contato e das propriedades superficiais dos microrganismos O objetivo deste trabalho foi estudar os fatores determinantes da adesão de quatro isolados diferentes de Salmonella Enteritidis, um isolado de Pseudomonas aeruginosa e um isolado de Serratia marcescens em diferentes materiais utilizados no processamento dos alimentos As características das cepas estudadas foram correlacionadas com as taxas de adesão e hidrofobicidade O estudo de adesão foi realizado em aço 34, polietileno, polipropileno e granito, materiais normalmente utilizados em superfícies de processamento de alimentos A medida do ângulo de contato foi empregada para determinar a hidrofobicidade e a tensão superficial das superfícies de contato e dos microrganismos A técnica espectroscópica de fotoelétrons excitados por raios X (XPS) e a análise da rugosidade foram utilizadas para análise superficial das cepas estudadas e caracterização das superfícies de contato testadas, respectivamente Todas as cepas estudadas mostraram valores positivos para a hidrofobicidade e foram consideradas hidrofílicas Os resultados encontrados com a XPS sustentam a similaridade dos valores de hidrofobicidade obtidos pelo ângulo de contato P aeruginosa foi a cepa mais hidrofóbica e apresentava a maior quantidade de N/C O caráter hidrofílico da S marcescens foi relacionado com a grande quantidade de O/C As diferentes cepas de Salmonella mostraram similaridade na composição da parede celular e nas propriedades físico-químicos das superfícies A adesão das diferentes cepas de Salmonella as diversas superfícies foram estatisticamente diferentes A fonte de isolamento das Salmonella spp não parece afetar a habilidade de adesão Contudo, S Enteritidis MUSC apresentou maior capacidade de adesão às superfícies estudadas (p<5) A facilidade de interação desse isolado de Salmonella as superfícies de contato poderia ser explicado por sua grande capacidade de aceitar elétrons Todas as superfícies apresentaram caráter hidrofóbico e não foi possível estabelecer nenhuma correlação na capacidade de doar elétrons e receber elétrons sobre a interação das superfícies Não foi encontrada uma relação entre rugosidade dos materiais e adesão bacteriana O polietileno apresentou os maiores valores de rugosidade média, no entanto, foi o material no qual ocorreu a menor adesão Considerando todas as tentativas de explicação baseadas nas propriedades físico-químicas das bactérias e das superfícies, não é possível estabelecer nenhuma correlação direta e deduzir uma hipótese de um modelo racional de adesão
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Palavras-chave
Alimentos, Microbiologia, Alimentos, Análise, Salmonela enteritidis, Food - Microbiology, Food - Analysis, Bacteriology, Salmonella enteritidis