Perfil demográfico, clínico e desfechos em menores de 18 anos vítimas de queimaduras hospitalizados em centro especializado, Londrina, Paraná.

Data

2021-12-14

Autores

Pimenta, Susany Franciely

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Resumo

Introdução: A queimadura é responsável por elevadas taxas de morbimortalidade, e as crianças e os adolescentes são os mais vulneráveis. O tratamento, em geral, necessita de tempo prolongado de hospitalização, devido às intervenções clínico-cirúrgicas, aumentando a exposição às infecções. Além disso, pode resultar em sequelas funcionais e psicossociais. Objetivo: Analisar o perfil demográfico, clínico e os desfechos em menores de 18 anos vítimas de queimaduras hospitalizados em um centro especializado. Método: Trata-se de um delineamento do tipo coorte retrospectivo e transversal analítico, realizado entre janeiro de 2009 e dezembro de 2019, com vítimas de queimaduras menores de 18 anos hospitalizadas em um Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) de um hospital universitário público do estado do Paraná. A fonte de dados foram prontuários físicos e eletrônicos, sistema eletrônico do Laboratório de Análises Clínicas, planilhas de hospitalizações e fichas da Comissão de Controle Infecção Hospitalar. Os dados foram inseridos no IBM Software Statistical Package for the Social Science. Para a análise descritiva, utilizaram-se frequências absolutas e relativas; para as contínuas medidas da média, utilizaram-se mediana, desvio padrão e mínimo e máximo; para a análise multivariada e a Razão de Prevalência (RP), foi calculada a Regressão de Poisson com variância robusta, considerando o nível de significância p<0,05. Resultados: 591 crianças e adolescentes foram admitidos no CTQ nos 10 anos de estudo, destes, 404 evoluíram sem infecção e 187 adquiriram Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS). As maiores vítimas de queimaduras foram as crianças de 2 a 6 anos (54,4%) e do sexo masculino (66%). Quase a totalidade dos acidentes ocorreu no domicílio (96,4%). Quanto aos agentes causais, houve diferença significativa entre as faixas etárias. O escaldo foi mais frequente entre os =11 anos (64,2%), enquanto a chama foi mais regular nos adolescentes (70,4%), sendo que elevado percentual apresentou Superfície Corpórea Queimada (SCQ) =10% (55,3%). A mediana do tempo de permanência no CTQ foi de 12 dias. No grupo que desenvolveu IRAS, houve associação estatística para as crianças de 2 a 6 anos, maior SCQ (= 25%), queimadura de 3° grau, agente causal por chama, tempo de hospitalização =15 dias, sendo que 127 (67,9%) necessitaram de cuidados intensivos e em 16 o desfecho foi o óbito (8,6%). As infecções mais frequentes foram as de pele e/ou de partes moles (31,2%) e Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (30,8%). Na análise microbiológica, os bacilos gram-negativos (80%) foram os mais frequentes, sendo os mais comuns: Acinetobacter baumannii (30,7%) e Pseudomonas aeruginosa (16,6%), com multirresistência aos antimicrobianos. Em relação à classe de antimicrobianos mais prescritos, identificaram-se a amicacina (18,0%), seguida da associação de piperacilina+ tazobactam (11,2%). Conclusão: As crianças com a faixa etária de 2 a 6 anos foram as vítimas mais vulneráveis aos acidentes por queimaduras e à aquisição de IRAS associadas à maior gravidade, ao maior tempo de hospitalização e ao óbito. O agente causal nesse grupo etário foi o escaldo, à medida que, nos adolescentes, foi a chama.

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Palavras-chave

Queimaduras, Vítimas, Infecção hospitalar, Hospitalização, Queimaduras em crianças, Adolescente, Epidemiologia

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