Desigualdade e pobreza : análise da condição de vida da pessoa com deficiência a partir dos indicadores sociais brasileiros

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Resumo: Este estudo teve como finalidade analisar a condição de vida da pessoa com deficiência a partir dos indicadores sociais A análise foi baseada na perspectiva marxista da unidade entre qualidade e quantidade, visto que os indicadores propiciam um panorama da realidade social e também permitem compreender a efetivação (ou não) das políticas públicas Justifica-se a utilização do censo de 21, pois ele é o dado demográfico mais atual, o qual subsidia a elaboração das políticas no país Para o tratamento dos dados utilizou-se o software STATA, sendo assim os indicadores foram organizados em quatro categorias: deficiência, rendimento e escolarização; deficiência, gênero e rendimento; deficiência, raça e rendimento, e deficiência, raça, gênero e rendimento Os resultados apontaram que a condição socioeconômica das pessoas com e sem deficiência é precária, visto que em média 74,% possuem uma renda de até dois salários mínimos e os índices de rendimentos superiores a vinte salários mínimos não ultrapassam 1% Entretanto as pessoas com deficiência apresentaram uma realidade mais acentuada, pois 3,6% da população com deficiência tinha uma renda de até um salário mínimo Os dados de raça, gênero e renda indicaram que pessoas com e sem deficiência sofrem com essas marcas sociais Os homens brancos vivem uma condição socioeconômica mais favorável Já os maiores índices de pobreza se concentraram na realidade de mulheres negras Este contexto se apresentou nos dados de toda a população, sendo que as diferenças percentuais entre mulheres com e sem deficiência era em média 4% No caso dos homens a diferença era em média ,6% É possível afirmar que a condição de vida das pessoas com deficiência é desigual, pois essa população vive, predominantemente, com recursos que não ultrapassam dois salários mínimos Poucas pessoas com deficiência possuem condições favoráveis de vida, sendo um índice de ,66% desta população Apesar de apresentar índices maiores de pobreza do que das pessoas sem deficiência, de um modo geral as diferenças percentuais não são tão discrepantes, configurando uma realidade similar Esta pesquisa constatou que a junção das marcas de gênero e raça agrava a realidade de toda a sociedade e isso se reflete no abismo econômico e social entre a classe popular e a elite brasileira Essa condição é a expressão da construção histórica desigual do país que tem sua herança na escravidão e no patriarcalismo Para superar essa conjuntura, observa-se a relevância da consciência de classe e da organização de ações que permitam problematizar e modificar a ordem vigente A educação é um dos instrumentos para que essa mudança ocorra

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Palavras-chave

Deficientes, Pobreza, Indicadores sociais, Igualdade, Educação, People with disabilities, Poverty, Social indicators, Equality, Education - Brazil

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