Tratamento de dislipidemias em usuários de alto risco pelo SUS : não adesão e efetividade em coorte populacional de pacientes

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Resumo: O objetivo do trabalho foi analisar a não adesão e a efetividade da terapêutica com hipolipemiantes fornecidos pelo Sistema Único de Saúde para usuários de alto risco do estado do Paraná, entre 28 e 213 Para tanto, foi realizada uma coorte retrospectiva com o universo de pacientes assistidos no período de 28 a 212, acompanhados até 213 para avaliação da adesão e do controle laboratorial As informações foram obtidas no sistema eletrônico da Secretaria de Estado para o gerenciamento do fornecimento destes medicamentos O cálculo da não adesão foi realizado a partir da combinação da taxa de posse, proporção de dias cobertos e média de dias entre as dispensações, sendo caracterizados como não aderentes os indivíduos que tiveram resultados insatisfatórios em ao menos duas das três medidas realizadas O controle laboratorial foi avaliado pelos resultados categorizados da lipoproteína de baixa densidade (LDL), liproproteína de alta densidade (HDL) colesterol total (CT) e triglicerídeos (TG) As análises de associação foram realizadas por meio da comparação de médias, correlação e regressão multivariada com distribuição de Poisson ou de Cox Foram analisados 6751 usuários, sendo que a caracterização da não adesão restringiu-se a 5697 que tiveram quatro ou mais dispensações no período e, paralelamente, a de controle laboratorial para 5596 usuários que possuíam informações deste desfecho passível de avaliação A população de análise foi composta principalmente por mulheres, indivíduos entre 5 e 59 anos de idade e com predominância de uso da atorvastatina Observou-se que as regionais de saúde com maior porte populacional apresentaram maior número de usuários vinculados ao programa e, ao mesmo tempo, maior taxa de descontinuidade A não adesão foi registrada em 37,% dos usuários, com maior risco no caso do sexo feminino, idade entre 4 e 7 anos residência em regionais de saúde de 3 a 5 mil habitantes A taxa de desistência na obtenção dos medicamentos em até um ano foi de 29,3%, sendo a persistência inicial (até três dispensações) preponderante (15,6%) em comparação a persistência tardia (até 12 meses; 13,7%) O controle laboratorial inadequado, por sua vez, foi de LDL (>1mg/dL): 45,9%; HDL (<4mg/dL para homens ou <5mg/dL para mulheres): 31,1%; CT (>19mg/dL): 28,%; e TG (>15mg/dL): 32,3% Tanto na comparação de médias entre aderentes e não aderentes, quanto na análise multivariada com o controle por fatores de confusão (sexo, idade, medicamento, dose, densidade populacional do local de residência), a não adesão esteve associada a piores taxas de controle para LDL (HR=2,34; IC95% 2,14-2,54), HDL (HR=3,28; IC95% 2,97-3,63), CT (HR=2,99, IC95% 2,69-3,32) e TG (HR=2,34; IC95% 2,13-2,59) As diferenças nos padrões de obtenção, elevada taxa de desistência em um ano, não adesão superior a um terço dos usuários e sua correlação com a falta de controle laboratorial apontam para a necessidade de reconhecer a problemática no sistema de saúde brasileiro e adoção de medidas de aprimoramento das políticas instituídas visando melhor controle das doenças crônicas não transmissíveis no Brasil

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Palavras-chave

Sistema cardiovascular, Doenças, Coração, Doenças, Farmacologia cardiovascular, Cardiovascular pharmacology, Cardiovascular system, Diseases

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