Intertextualidade na literatura afro infantojuvenil: nova velha história

Data

2025-01-15

Autores

Viana, Raí Garcia Mihi Barbalho

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Resumo

Este trabalho insere-se no campo de estudos em literatura infantil brasileira, propondo uma análise dos usos da intertextualidade em obras infantojuvenis de forma a proporcionar a construção de novos protagonismos para crianças negras na tradição literária. Além da análise do protagonismo associado à intertextualidade com histórias da tradição (contos de fadas, por exemplo), este trabalho buscou se debruçar sobre as ilustrações e, também, observar a forma como os textos são subvertidos e quais as possíveis razões para as alterações feitas, considerando o propósito que apresentam de representar novas possibilidades de heróis e heroínas negros. A fundamentação teórica divide-se em três momentos. Primeiramente, foi feita uma recuperação da trajetória da literatura infantojuvenil e da construção da noção de infância, apoiada em autores como Ariès (2022), Cademartori (2010), N. Coelho (2000), e Lajolo e Zilberman (2022). Em seguida, explora-se a construção do sujeito negra na/através da literatura, o que inclui a apresentação do conceito de literatura afro-brasileira, de Duarte (2008). A última parte da fundamentação teórica explora, extensivamente, noções de intertextualidade, traçando um panorama geral apoiado, principalmente, em Allen (2000/2022); Koch, Bentes e Cavalcante (2012); Samoyault (2008). Ainda nesta terceira parte, apresenta-se a ideia de “adaptações literárias”. Em sequência, são feitas as análises. Partindo de duas obras, Pretinha de Neve e os Sete Gigantes (2013), do autor e ilustrador Rubem Filho, e Chapeuzinho Vermelho e o Boto-cor-de-rosa (2020), de Cristina Agostinho e Ronaldo Simões Coelho, com ilustrações de Walter Lara, objetivou-se compreender de que forma o recurso das adaptações literárias pode constituir uma forma de resistência e de construção de novos protagonismos no cânone infantil. Em relação à obra As viagens de Simba Jasíri (2022), de Nei Lopes e ilustrações de Marcelo D’Salete, por sua vez, analisa-se um processo intertextual mais amplo que engloba o diálogo com narrativas de aventura, permeadas pelo discurso imperialista do século XIX, principalmente, e com a história contida nas Mil e uma noites do marujo Sindabad.

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Palavras-chave

Literatura infantojuvenil, Intertextualidade, Adaptações literárias, Personagens negras

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