Mulher-produto : a violência simbólica de gênero na publicidade julgada pelo Conar

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Molari, Beatriz

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Resumo

Resumo: A sociedade é um espaço simbólico no qual ocorrem disputas entre agentes sociais que visam ocupar melhores posições nesta esfera Em uma organização social que possui como base o patriarcalismo, o agente homem atua em prol da manutenção do seu poder sobre o agente dominado mulher Este tipo de relação social recebe o nome de dominação masculina Nesta estrutura, o homem é beneficado enquanto a mulher é reprimida de diversas formas para que a sua submissão seja legitimada, entre estas por meio da violência simbólica de gênero Esta conjuntura é fortalecida constantemente pela atuação de algumas instituições, sendo uma das principais a publicidade As representações utilizadas pela publicidade para promover o consumo carregam um valor identitário e político, sendo, portanto, cada publicidade uma transmissão de conceitos simbólicos Compreendendo este contexto, o objetivo deste estudo é analisar a violência simbólica de gênero propagada nas peças publicitárias julgadas pelo principal órgão regulamentador da publicidade brasileira, o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) Para tanto, esta pesquisa propõe discutir um panorama da representação da mulher na publicidade brasileira e a ação do Conar frente a casos que envolvem tal problemática A base teórica sobre os aspectos da vivência da mulher em sociedade é composta por Naomi Wolf, Simone de Beauvoir, Heleieth Saffioti, Flávia Biroli, entre outros A conceituação de violência simbólica e demais tópicos são de Pierre Bourdieu e Luíz Mauro Sá Martino A metodologia é constituída por uma análise de conteúdo, assentada na classificação da violência simbólica de gênero a partir de tipos como objetificação, exposição, inferiorização e erotização; esta permeada por uma noção semiótica que abordará os símbolos nas publicidades analisadas Para a análise de conteúdo, a base teórica é de Laurence Bardin, Wilson Corrêa da Fonseca Junior e Antonio Carlos Gil Os conceitos sobre símbolo e simbolização são de Lucia Santaella Através do estudo concluiu-se que, apesar do movimento feminista ter propiciado um progresso na atuação da mulher em sociedade, a publicidade ainda reforça significações patriarcais na representação da mulher, sobretudo aquelas que reforçam a dominação masculina Diante deste cenário, notou-se que o Conar não possui um regimento que aborde a violência simbólica de gênero na publicidade, o que resulta na presença desta agressão sem que os responsáveis sejam penalizados, o que evidencia a necessidade de cobrar a responsabilidade simbólica nesta comunicação

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Palavras-chave

Relações de gênero, Violência contra a mulher, Mulheres na publicidade, Representações sociais, Gender relations, Women in advertising

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