Violência escolar contra professores da rede estadual de ensino de Londrina : caracterização e fatores associados

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Nesello, Francine

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Resumo

Resumo: O objetivo deste estudo foi caracterizar manifestações de violência escolar contra professores e verificar fatores associados a esses eventos Trata-se de um estudo epidemiológico do tipo transversal A população de estudo foi composta por 789 professores das 2 maiores escolas da Rede Estadual de Ensino do município de Londrina, que atuavam no ensino fundamental ou médio por pelo menos um ano Foram obtidas informações por entrevistas e por um questionário autorrespondido, no período de agosto de 212 a junho de 213 Os dados foram duplamente digitados em banco criado no programa Epi Info versão 354 e tabulados usando o programa Statistical Package for the Social Sciences, versão 19 A análise descritiva foi realizada por meio de frequências absolutas e relativas, medidas de tendência central e de dispersão Realizou-se regressão de Poisson pelo método forward, com cálculos de razão de prevalência e intervalo de confiança de 95% para cada um dos grupos de violência relatada (psicológica, física e sexual), tendo como variáveis independentes características sociodemográficas e do trabalho Dos professores entrevistados, 71,1% relataram ter sofrido algum tipo de violência na escola nos 12 meses anteriores à pesquisa A forma de violência mais relatada foram insultos e gozações de alunos (55,4%), seguidos de ameaças (21,4%) e exposição a situações humilhantes ou constrangedoras por colegas ou superiores (17,5%) As formas menos mencionadas foram agressões (ocorridas ou tentativas) físicas (7,9%), com armas brancas (,8%) ou de fogo (,5%) Entre os grupos de violência, a psicológica foi a mais frequentemente reportada (64,1%) e associou-se, após ajustes, à total ou parcial falta de realização profissional e ao relacionamento ruim ou regular com superiores e alunos O grupo de violência física (8,4%) apresentou associação com as variáveis: lecionar para o nível fundamental, ter contrato do tipo não estatutário com o Estado e já ter sofrido violência fora da escola Por fim, a violência sexual (14,1%) associou-se às características ser do sexo masculino, mais jovem (< 35 anos), não ter companheiro e ter carga horária elevada com alunos (= 32 horas) Os fatores associados à violência psicológica e física estão mais relacionados às características do trabalho, enquanto que aqueles associados à violência sexual, mais às características sociodemográficas Essas características podem ser expressão das condições concretas de trabalho e de vida dos professores estudados e revelam um perfil de docentes mais vulneráveis à violência, que muitas vezes extrapola o ambiente escolar

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Palavras-chave

Violência escolar, Professores, Professores, Saúde e trabalho, Professores e alunos, Teachers, Health and work, Teacher-student relationships, Teachers - School violence

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