Termografia como método de avaliação das lesões de pele por queimadura

Data

2023-03-29

Autores

Guergoleti, Flávia Gagliano

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Resumo

Introdução: A profundidade da lesão de pele por queimadura é um componente importante na determinação do prognóstico do paciente e na tomada de decisões de gerenciamento apropriadas. A avaliação clínica da queimadura é o método de análise habitual, mas tem limitações. A termografia infravermelha é uma tecnologia que pode fornecer um método quantitativo não invasivo para a avaliação da profundidade da lesão por queimadura. As imagens resultantes da utilização de uma câmera especializada que captura a emissividade infravermelha da pele, podem ser analisadas para determinar a profundidade e o potencial de cicatrização de uma lesão de pele por queimadura. Objetivo: Avaliar a imagem termográfica das lesões de pele por queimaduras. Método: Trata-se de um estudo observacional, prospectivo, realizado no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) de um Hospital Universitário público do estado do Paraná com todos os pacientes com lesões de pele por queimaduras, admitidos nos meses de agosto a setembro de 2022. A coleta de dados foi realizada por meio do prontuário eletrônico para caracterização sociodemográfica e clínica, entrevista, aferição da temperatura e umidade ambiente, captura da imagem digital (2D) com celular SAMSUNG A51 e termografia infravermelha com câmera termográfica FLIR ONE PRO, das lesões de pele por queimaduras durante a realização do 1º curativo (24h) e do segundo curativo (entre 48h e 72h) e, posteriormente, a avaliação clínica das imagens por 5 especialistas. Resultados: 64,1% dos participantes foram do sexo masculino, faixa etária de 18 a 59 anos (59%) e da cor branca (62,5%). Quase 70% dos acidentes ocorreram no ambiente doméstico, tendo o principal agente causal a escaldadura com líquidos superaquecidos (46,2%). Para 92% a superfície corporal queimada foi < 20%, e 59,1% das lesões evoluíram para enxerto. A correlação entre temperatura termográfica e desfecho evidenciou que lesões superficiais que evoluíram para epitelização espontânea, apresentaram temperaturas média de 31,99°C, e lesões que necessitaram de enxerto apresentaram a média de 31,92°C e, estas, por sua vez, aquelas que necessitaram de amputação do membro temperatura média de 31,18°C. Identificou-se alterações teciduais ao longo do processo de cicatrização, por meio da utilização da imagem termografia, sendo os tecidos com menor temperatura, representados por tons como violeta e azul, nem sempre sendo compatíveis com os observados na avaliação clínica da profundidade da queimadura, nos registros fotográficos digital 2D e tecidos com maior temperatura por tons laranja e vermelho. A análise exploratória dos dados foi realizada com estatística descritiva. Constatou-se a normalidade da amostra (teste de Kolmogorov-Smirnov). O coeficiente de correlação intraclasse indicou que há uma confiabilidade boa entre as temperaturas (0,894). Conclusão: A termografia infravermelha se apresentou como um método complementar eficaz na avaliação da profundidade das lesões de pele por queimaduras, indicando precocemente as características da lesão

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Palavras-chave

Termografia, Queimaduras - Avaliação, Tecnologia em saúde, Cuidado a saúde, Unidade de queimados, Enfermagem, Pele - Queimaduras

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