Dieta de restrição proteica em ratos durante a adolescência causa disfunção endotelial na vida adulta

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Souza, Amanda Cristina de

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Resumo

Resumo: A restrição de proteínas durante a adolescência em ratos pode favorecer o estabelecimento de distúrbios metabólicos e cardiovasculares na vida adulta O sistema vascular, juntamente com a função endotelial, tem papel central no desenvolvimento dos distúrbios cardiometabólicos No entanto, até onde sabemos, as consequências da restrição proteica durante a adolescência sobre a função endotelial de ratos adultos não foram avaliadas Assim, nosso estudo teve como objetivo avaliar em ratos se a restrição proteica durante a adolescência causa disfunção endotelial na aorta e os possíveis mecanismos envolvidos na vida adulta Ainda, foi o objetivo avaliar alguns parâmetros biométricos Para tanto, ratos Wistar no dia pós-natal (DPN) 3 foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos experimentais: LP que recebeu dieta com redução de proteínas (4% de proteína) e CTR que recebeu dieta normoproteica (23% de proteína) durante a adolescência (DPN3 - 6) Após DPN 6, os ratos de ambos os grupos receberam dieta normoproteica Na idade adulta (DPN12) foi avaliada a função endotelial através do estudo da reatividade da aorta torácica para fenilefrina (Fenil), acetilcolina (ACh) e nitroprussiato de sódio (NPS), em experimentos realizados na presença (E+) ou ausência (E-) de endotélio Os mecanismos envolvidos com a disfunção endotelial foram investigados utilizando indometacina (inibidor da cicloxigenase), apocinina (inibidor da NADPH oxidase) e tempol (antioxidante) Os dados de reatividade vascular foram avaliados pela resposta máxima (Rmax) e pD2 (-log da concentração de fármaco que causa 5% da Rmax) para os diferentes fármacos Também no DPN12 foram avaliadas as massas dos tecidos adiposos retroperitoneal, perigonadal e marrom interescapular, do fígado, da adrenal esquerda e do músculo soleo, e foi aferido o comprimento naso-anal (CNA) e da tíbia Os dados foram analisados com o teste ANOVA (de uma ou duas vias seguido por pós-teste de Tukey) ou teste t independente; os resultados expressos como média ± erro padrão da média, e as diferenças consideradas estatisticamente significativas quando p<,5 Neste estudo foi observado que a aorta torácica de ratos LP apresentou aumento da Rmax para o vasoconstritor Fenil em anéis E+ em comparação com os anéis E+ do grupo CTR, sem alteração na pD2 Em anéis E- não houve diferença tanto na Rmax quanto na pD2 para Fenil entre LP e CTR Em outra série de experimentos, foram avaliados os mecanismos envolvidos com o aumento da resposta para Fenil observado nos anéis LP E+ A incubação dos anéis E+ com apocinina, reduziu a Rmax para Fenil no grupo LP, sem alterar esta resposta no grupo CTR, já o tempol e a indometacina não alteraram a resposta em ambos os grupos A Rmax e a pD2 para ACh e NPS em anéis de aorta de ratos LP foram semelhantes as do grupo CTR Também foi observado que os ratos do grupo LP apresentaram redução no CNA, no comprimento da tíbia, e na massa corporal, sem alteração na massa dos tecidos adiposos brancos e marrom, do fígado, da adrenal esquerda e do músculo soleo Em conclusão, a restrição de proteínas durante a adolescência causa prejuízo da modulação endotelial sobre a resposta contrátil, caracterizando a presença de disfunção endotelial na vida adulta, o que provavelmente acontece por aumento da geração de espécies reativas de oxigênio pela enzima NADPH oxidase Ainda, a dieta LP na adolescência causa prejuízo na massa corpórea e tamanho do rato na vida adulta Assim, os resultados aqui apresentados destacam a adolescência como uma fase sensível a dietas carenciais, podendo a restrição proteica nesta fase favorecer o desenvolvimento de doenças cardiovasculares

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Palavras-chave

Espécies reativas de oxigênio, Desnutrição, Endotélio vascular, Dieta de baixo teor protéico, Aorta, Reactive oxygen species, Malnutrition, Vascular endothelium, Low-protein diet, Aorta

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