Validação da nova ferramenta Brighton Paediatric Early Warning Score Br para oncopediatria no Brasil: Estudo Metodológico

Data

2024-10-01

Autores

Soares, Nataly Tsumura Inocencio

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Resumo

Introdução: No Brasil, o câncer é a segunda causa de morte na infância. Porém, a mortalidade tem mais relação com a toxicidade e efeitos adversos do tratamento durante a hospitalização, e a utilização de escalas para identificar sinais de alerta pode minimizar os riscos desses agravos. Objetivo: Validar a escala Brighton Paediatric Early Warning modificada para aplicação ao contexto da oncologia pediátrica no Brasil. Método: Estudo metodológico composto por duas etapas. A primeira, entre 2021 e 2022, para a elaboração dos itens da adaptação da escala Brighton Paediatric Early Warning Score (BPEW-Br) no contexto brasileiro para crianças oncológicas e a validação por juízes/experts. Foram inclusos sinais de sangramento, alterações na temperatura, diarreia e presença de mucosite grau III/IV. A seleção dos experts ocorreu por meio do método de aleatorização bilateral e, para análise, utilizados o Coeficiente de Correlação Intraclasse (CCI) e Alfa de Cronbach (a), considerando valor =0,750. A segunda etapa consistiu em estudo quantitativo retrospectivo realizado entre 2022 e 2023, em hospital filantrópico de referência para oncologia do norte do Paraná, Brasil. Foram incluídas as informações assistenciais contidas nos prontuários de crianças hospitalizadas <12 anos e submetidas as avaliações das duas escalas, preenchidas uma vez ao dia, no 2º, 4º, 7º, 10º e 14º dias de internação. Para análise, utilizou-se a Correlação Tau-b de Kendall, análise de concordância inter-instrumentos pelo Kappa Ponderado Linear e, para a tendência, Teste Jonckheere-Terpstra. Resultados: 36 experts do Brasil participaram da pesquisa, e a consideraram importante para assistência dessa população. O CCI foi de 0,823. Desta forma, a escala passou a ser nominada BPEWS-Br para oncologia pediátrica. Durante o período, 56 prontuários foram analisados, totalizando 162 internações. A partir do 2º, 4º, 7º, 10º e 14º dias de cada internação obteve-se o total de 347 avaliações para cada escala, sendo 98,5% classificadas como baixo risco para deterioração clínica com a escala padrão BPEWS-Br e 89,9% com a BPEWS-Br para oncologia pediátrica, o que levou a uma maior identificação de paciente com médio, alto e muito alto risco, este último ainda não identificado na escala padrão. Pelos coeficientes de Kappa 73% apresentaram resultados >0,81, e o coeficiente Tau-b de Kendall demonstrou correlação positiva, sendo 62% com valor igual a 1, 20% >0,951, 8% entre 0,900 e 0,950. No teste Jonckheere Terpstra p<0,01, demonstrou-se que, quando as crianças ficavam mais tempo internadas em cada hospitalização, maiores eram as pontuações. Conclusão: De acordo com a análise interjuízes, o instrumento se mostrou apto e com relevância para a prática frente à detecção precoce da deterioração clínica de crianças oncológicas. A reprodutibilidade e concordância demonstrou validade clínica, sendo a escala BPEWS-Br para oncopediatria aplicável à população pediátrica com câncer.

Descrição

Palavras-chave

Criança, Oncologia, Deterioração clínica, Pediatria, Hospitalização, Estudos metodológicos

Citação