Estrutura de comunidade de morcegos (Mammalia, Chiroptera) em fragmentos urbanos de Maringá, Paraná, Brasil

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Gazarini, Janaina

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Resumo

Resumo: Dois fragmentos urbanos, localizados no município de Maringá, norte do estado do Paraná, sul do Brasil, foram estudados entre agosto de 26 a julho de 27 O Parque municipal do Ingá (48 ha) e o Parque florestal dos Pioneiros (59 ha) estão inseridos no contexto da Floresta Estacional Semidecidual Morcegos foram capturados durante noites completas, com seis redes do tipo “mist net” (7 x 2,5 m) totalizando aproximadamente 288 horas de coleta e um esforço de captura de 3,2 13 m2h, sendo obtidas a riqueza e a abundância relativa das espécies de morcegos Morcegos pertencentes a família Phyllostomidae foram marcados utilizando-se coleiras plásticas As sementes presentes nas amostras fecais foram identificadas em nível taxonômico de gênero ou espécie Houve a identificação dos recursos tróficos utilizados pelos filostomídeos, sendo posteriormente estimadas as interações entre as diferentes espécies através da análise de nicho alimentar As taxas de capturas horária, mensal e sazonal de seis espécies de morcegos foram discutidas e comparadas Foram capturados 838 exemplares, pertencentes a 13 espécies de quatro famílias: Phyllostomidae (8), Noctilionidae (1), Molossidae (1), Vespertilionidae (3) A riqueza esperada calculada pelo método de rarefação evidenciou o mesmo padrão obtido para a riqueza observada através da curva do coletor, não havendo uma estabilização das mesmas no final das amostragens Artibeus lituratus (547) e Sturnira lilium (212) foram as espécies mais abundantes Pela primeira vez no estado do Paraná, houve o registro da ocorrência de Molossops neglectus A taxa de recaptura total foi 8,5%, ocorrendo recapturas trocadas entre os remanescentes florestais, evidenciando a possibilidade de fluxo gênico entre algumas populações de morcegos dos diferentes fragmentos Os remanescentes florestais estudados abrigam em meio urbano, uma parcela significativa das espécies registradas para o Bioma e para o estado do Paraná, sendo relevantes para a conservação da diversidade biológica Dentre todas as capturas, 74 morcegos apresentavam hábitos frugívoros, sendo estes pertencentes a cinco gêneros e sete espécies Foram obtidas 248 amostras fecais, onde 16 amostras apresentavam apenas polpa de frutos e 142 amostras apresentavam sementes em sua constituição Os frutos utilizados como recurso trófico pertencem a cinco famílias e sete gêneros: Cecropia, Ficus, Maclura, Passiflora, Piper, Solanum e Vassobia, totalizando 11 espécies consumidas Pygoderma Bilabiatum alimentou-se de frutos de Maclura tinctoria Sturnira lilium apresentou a menor amplitude de nicho sendo considerada uma espécie com dieta especialista, enquanto A lituratus, C perspicillata e P lineatus apresentaram amplitudes de nichos maiores, possuindo dietas generalistas Foi observada uma correlação não muito forte entre a massa média das espécies e suas respectivas amplitudes de nicho e entre o comprimento médio de antebraço e as amplitudes de nicho Não houve correlação significante entre a sobreposição de nicho e as diferenças morfológicas entre as espécies no decorrer do ano Foi observado um aumento na sobreposição da dieta quando a oferta de recursos diminui sazonalmente Na estação seca, onde a disponibilidade de frutos diminui, espécies frugívoras apresentaram uma dieta mais parecida A distribuição e abundância de frugívoros parece estar diretamente relacionada à disponibilidade temporal e espacial dos frutos por eles consumidos, sendo observado um maior número de capturas durante a estação chuvosa Estes animais foram capturados no decorrer da noite toda, ainda que em diferentes intensidades, sendo observado um número maior de capturas no início da noite

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Palavras-chave

Animais frugívoros, Morcego como transmissor de doenças, Fauna florestal, Bats, Forest fauna

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