Além das fronteiras da agroindústria : poder e territorialização na contramão da esperança
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Machado, Armstrong
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Resumo
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo mostrar a rotina dos trabalhadores rurais da agroindústria canavieira, na região de Barra Bonita-SP, bem como a forma de exploração decorrente da submissão ao modo de produção capitalista a que estão expostos O centro-oeste do estado de São Paulo abriga a maior usina de produção de açúcar e etanol do mundo, o Grupo COSAN - Unidade Barra, que possui a propriedade de estabelecer sua dinâmica própria, influenciando na construção/ reconstrução do tecido social da Microrregião Geográfica onde está inserido Por meio desta relação, fixos e fluxos se fundem e se confundem e os movimentos migratórios, seguindo o calendário da agroindústria, fazem movimentar a lógica do grande capital na região A preocupação maior está em caracterizar o trabalhador assalariado rural como personagem central Em virtude da agroindústria supra mencionada, a região tornou-se um verdadeiro “mar de cana”, cenário sui generis para o desenvolvimento desta proposta de estudo A grande concentração de terras em poder deste grupo capitalista, o uso da terra feito pelos mesmos, as atividades e relações sociais que se desenvolvem entre a COSAN – Unidade Barra e estes aproximadamente 6 trabalhadores e os motivos que os levam a migrarem das respectivas terras de origem, conduzem o delinear deste trabalho Neste contexto, propõe-se refletir a respeito das relações sociais e trabalhistas existentes entre o Grupo COSAN e os trabalhadores assalariados rurais, bem como os reflexos sociais e socioambientais desta relação para a qualidade de vida e para o espaço territorial que ocupam Considerando este recorte teórico-metodológico, busca-se: analisar a dinâmica que rege o modo capitalista de produzir na atividade canavieira; entender a atual lógica que movimenta o interesse dos usineiros do setor sucroalcooleiro para dinamizar sua produção, frente às políticas de estímulo à produção do biocombustível; verificar as relações de trabalho que envolvem o “trabalhador assalariado rural” e a usina sucroalcooleira; caracterizar o fluxo de migração, decorrente das relações sociais estabelecidas na região, entre o usineiro e o trabalhador rural; investigar o trabalhador assalariado rural nos aspectos de sua subjetividade, para melhor compreender sua práxis e suas potencialidades; entender qual a perspectiva de vida do trabalhador rural frente às alterações no campo, fruto das atuais tendências no setor da agroindústria canavieira Esta Dissertação foi resultado de pesquisa teórica e empírica A pesquisa empírica desenvolvida nos “mares de cana”, em alguns municípios da Microrregião Geográfica de Jaú (Barra Bonita, Igaraçu do Tietê, Mineiros do Tietê) foi fundamental, pois possibilitou a coleta de dados, elementos e informações e sua posterior interpretação, engendrando maior entendimento e percepção das características do local de estudo Os depoimentos dos trabalhadores assalariados rurais tiveram destaque na pesquisa Em virtude dos relatos obtidos, surgiram relevantes contribuições, que tornaram o quadro sociopolítico e cultural em que vivem os trabalhadores assalariados rurais, lúcido e passível de compreensão
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Palavras-chave
Geografia agrícola, Trabalhadores rurais, História, São Paulo (Estado), Agroindústria canavieira, Agricultural geography, Agricultural workers, Sugarcane industry