Participação feminina nos tribunais arbitrais: obstáculos enfrentados pelas mulheres árbitras para aquisição de capital simbólico
Data
2025-08-05
Autores
Baddauy, Leticia de Souza
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Resumo
Esta tese investiga a arbitragem como microcampo jurídico, à luz da teoria dos campos de Pierre Bourdieu, com especial atenção à trajetória de mulheres que atuam como árbitras. A partir de uma abordagem sociológica, analisa-se como os capitais econômico, cultural, social e simbólico são mobilizados na formação das trajetórias profissionais no campo da arbitragem e de que modo perpetuam-se mecanismos de consagração e exclusão. A pesquisa combina revisão bibliográfica, estudo teóricoconceitual e análise empírica a partir de dados coletados por meio de survey com mulheres inseridas no universo arbitral brasileiro. Utiliza-se a análise de conteúdo, segundo Laurence Bardin, para interpretar qualitativamente as respostas abertas, e a análise estatística descritiva para as respostas fechadas. Os resultados demonstram que o ingresso e o reconhecimento das mulheres no campo da arbitragem estão fortemente condicionados à posse e à conversão estratégica de capitais específicos, especialmente o capital simbólico, cuja legitimação depende de redes de confiança e de mecanismos de visibilidade socialmente construídos. Além disso, identificam-se práticas de violência simbólica e resistência feminina, revelando uma tensão constante entre habitus jurídico e habitus de gênero. Conclui-se que, apesar da aparência de neutralidade técnica, o campo da arbitragem reproduz estruturas de desigualdade simbólica, o que exige a adoção de políticas institucionais voltadas à equidade de gênero e ao reconhecimento de trajetórias plurais
Descrição
Palavras-chave
Arbitragem, Capital simbólico, Violência simbólica, Desigualdade de gênero, Sociologia jurídica, Campo jurídico