Comunicação de risco como processo : uma análise do caso Shell/Basf
Arquivos
Data
Autores
Lourenço, Milene Rocha
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
Resumo: Os riscos sempre estiveram presentes na história da humanidade, sendo, portanto, inerentes à própria existência humana, apresentando diferentes sentidos e significados quando analisados em seus respectivos contextos históricos Com o advento da modernidade os riscos se globalizaram, aumentando o sentimento de medo e insegurança especialmente, por estarem relacionados a eventos inesperados frutos do desenvolvimento e do progresso, que ao passo que modernizam a sociedade, impulsionam a sensação de instabilidade Graves incidentes e catástrofes naturais que ocorreram por volta dos anos 7 e 8 causaram sérios danos ao meio ambiente e à saúde das pessoas Este cenário despertou o interesse de pesquisadores sobre percepção de risco, os quais notaram que um dos fatores que colaborava para o aumento da sensação de incerteza e dificultava a tomada de decisão sobre os riscos a fim de mitiga-los, era a lacuna existente entre o real significado do risco, determinado por técnicos e cientistas, e a percepção do risco pelos stakeholders Neste viés, foi pensado um processo de comunicação, intitulado comunicação de risco, com o fito de proporcionar entendimento mutuo e aproximar as múltiplas percepções sobre os riscos Este processo, pautado em uma perspectiva interpretativa, se revela a partir das conversações e das trocas de experiências entre os sujeitos que, em interação tornam-se conscientes sobre os riscos, pois possibilita a construção de significados embasada no entendimento e no conhecimento Conscientes, os sujeitos passam a ter opções de escolha e futuros alternativos, modificando sua própria existência Partindo dessas considerações, o presente estudo buscou no caso Shell/Basf compreender quais as revelações da comunicação de risco, tendo como pressuposto que estas organizações por serem produtoras de substancias que ofereciam riscos e por pregarem em seus discursos prerrogativas sobre sustentabilidade, agiriam pautadas na responsabilidade, em relacionamentos autênticos, éticos e idôneos Para tanto, o presente trabalho se dividiu em duas partes: teórica e empírica Na parte teórica são abordadas duas temáticas: a) considerações sobre comunicação de risco, apontando aspectos que envolvem o histórico de sua origem, concepções sobre risco e sobre percepção de risco, revelando seu viés processual fundamentado na perspectiva constitutiva da comunicação; e b) apontamentos sobre possíveis aproximações entre comunicação de risco e sustentabilidade, propondo ser a comunicação de risco uma entre outras práticas sustentáveis A pesquisa empírica se caracteriza como um estudo de caso qualitativo, desenvolvida a partir de entrevistas semiestruturadas e analisadas com base na teoria da comunicação de risco Os dados foram apresentados de acordo com questões que emergiram das entrevistas e que trouxeram à tona conteúdos não evidenciados e pouco aprofundados na teoria, o que possibilitou elaborar um redesenho da comunicação de risco coo processo Dessa forma, a pesquisa tem o intuito de proporcionar uma releitura da comunicação de risco e apresentar novas contribuições para os estudos organizacionais, revelando questões recorrentes no mundo contemporâneo, as quais podem ser tratadas a partir de relações humanizadas, onde os sujeitos se observam no outro e refletem sobre si
Descrição
Palavras-chave
Gestão ambiental, Empresas multinacionais, Administração, Desenvolvimento sustentável, Percepção do risco, Risk perception, Environmental management, Risk communication, International business enterprises - Sustainable development, Management