Impacto da dieta artificial em Aedes (Stegomyia) aegypti Linnaeus (1762) e danos causados por Bacillus thuringiensis subsp. israelensis detectado por microtomografia computadorizada de raio X
Data
2024-05-21
Autores
Silva, Letícia Bernadete
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Resumo
O Aedes aegypti (Linnaeus, 1762) é um culicídeo que apresenta relevância na Entomologia médica por veicular arbovírus devido à hematofagia realizada pelas fêmeas que é essencial para a maturação de seus ovos. Por essa razão, metodologias inovadoras de monitoramento e controle biológico são buscadas para reduzir a disseminação do vetor, mas muitos desses estudos dependem de biotérios de vertebrados como fonte sanguínea para a fêmea, apresentando risco de contaminação, angústia ao animal e empecilhos para sua utilização, demonstrando a necessidade de uma metodologia que substitua o sangue animal e seja eficaz como fonte de alimento. Por outro lado, o monitoramento do vetor e vírus são ferramentas importantes para subsidiar o controle. Linhagens de Bacillus thuringiensis subespécie israelensis (Bti) apresentam ação inseticida para os culicídeos, liberando pró toxinas no intestino do vetor, levando à sua morte por sepse, sendo seletivo apenas ao inseto alvo e não se tem registro de seleção de resistentes a campo. Portanto, o objetivo deste estudo foi verificar a viabilidade do sangue artificial como uma ferramenta para a criação massal de Ae. aegypti, assim como o controle do vetor por meio da linhagem Bti BR 101. O presente trabalho foi organizado em dois capítulos; o primeiro trata do uso de sangue artificial no desenvolvimento do mosquito e da avaliação por microtomografia computadorizada do ovário das fêmeas alimentadas com as seguintes fontes: sangue artificial SkitoSnake, sangue de Ratus novergicus e solução de açúcar (5%) e mel (5%) em 90% de água para análise da preferência de ingurgitamento e sua influência no desenvolvimento do ovário. O segundo capítulo é sobre o controle biológico das larvas de Ae. aegypti por um formulado em desenvolvimento à base de Bti (BR101) e do uso como controle de um produto comercial à base de Bti (Vectobac). Posteriormente, foi executada a análise elementar dos respectivos produtos utilizados para verificação da composição de elementos químicos dos mesmos e a microtomografia das larvas após 24 horas de exposição ao Bti BR 101 e Bti comercial (Vectobac). Os resultados obtidos demonstram que o sangue artificial é capaz de proporcionar a maturação dos ovos e subsequente ciclo de vida alcançando duas gerações consecutivas. Ademais, o volume do ovário de fêmeas alimentadas com sangue de rato (média: 0.049688184 (b), limites [-0.01574603, 0.1151224]) diferiu do volume do sangue artificial (média: 0.01307888 (a), limites [0.008030322, 0.01900323]) e do volume do ovário após alimentação com solução açucarada e mel (0.004269842 (a) limites [0.002253814, 0.00628587], obtendo uma média 11 vezes maior que a alimentada com açúcar e mel e cerca de três vezes maior em comparação com o sangue artificial, corroborando com a tendencia alimentar das fêmeas por mamíferos. Em relação ao controle biológico, o uso do Bti BR101 não diferiu significativamente do Vectobac WG, demonstrando ser uma excelente estratégia para o controle do vetor o que pode ser comprovado pela sua mortalidade em (1,5g/500L) e pela micro-CT, que evidenciou os danos às membranas do epitélio intestinal. Logo, o sangue artificial evidenciou ser uma ferramenta promissora para a criação massal do mosquito, e que na ausência do sangue humano, tanto o sangue artificial como o de rato promoveram o desenvolvimento dos ovócitos das fêmeas, no entanto o sangue artificial apresentou limitações nutricionais. Os produtos biológicos foram eficazes nessas condições para controle de imaturos, sendo a Micro-CT uma excelente ferramenta de validação das estruturas anatômicas perante os tratamentos utilizados.
Descrição
Palavras-chave
Monitoramento, Culicídeos, Repasto sanguíneo, Microrganismos entomopatogênicos