Elaboração de protocolo de segurança baseado em evidências para o manejo da sede em pacientes pós-extubados e traqueostomizados
Data
2024-02-08
Autores
Faleiros, Isabela Bossi
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Resumo
A sede é um sintoma prevalente e altamente estressor em pacientes críticos em Unidades de Terapia Intensiva, deflagrados por uma confluência de fatores relacionados a processos patológicos e terapêuticos. Em particular, após a extubação, mantêm-se o paciente em jejum absoluto por períodos que variam de 6 até 24 horas e pacientes em uso de traqueostomia com cuff insuflado permanecem em jejum via oral. Evidenciou-se lacuna de protocolos que avaliem critérios de segurança permitindo o manejo precoce da sede em pacientes críticos. Objetivo: Elaborar um protocolo de segurança baseado em evidências para o manejo da sede em pacientes pós-extubados e traqueostomizados. Método: Estudo metodológico conduzido em duas fases: definição do escopo e elaboração do protocolo. Definidos os grupos de trabalho – Comitê Gestor, Grupo Elaborador e Grupo de Painelistas – prosseguiu-se o estudo. Após a realização de revisão sistemática, os artigos selecionados foram avaliados quanto ao risco de viés por meio de duas ferramentas: Rob 2 e Robins I. Identificaram-se critérios de segurança que foram submetidos a uma avaliação de confiabilidade das evidências utilizando o sistema GRADE. Os critérios definidos foram incorporados em fluxogramas e seus respectivos manuais operacionais foram desenvolvidos. Após foi formulada recomendação pelos juízes e calculado Índice de Validade de Conteúdo (IVC). Resultados: Foram desenvolvidos dois protocolos e seus respectivos manuais operacionais para avaliação de segurança na administração de métodos de alívio da sede para pacientes pós-extubados e traqueostomizados – SEDE-E e SEDE-T. Os critérios de segurança elencados que compuseram ambos os protocolos foram: nível de consciência avaliado pela Escala de Richmond de Agitação-Sedação (RASS), sinais de insuficiência respiratória, náusea e/ou vômito, proteção das vias aéreas (tosse e deglutição). O protocolo para paciente pós-extubado incluiu ainda o critério alteração de voz, já o protocolo para o traqueostomizado incluiu disfuncionalidade de cânula de traqueostomia. Os critérios obtiveram alta certeza de evidência pelo GRADE. A recomendação dos juízes a favor da intervenção atingiu IVC de 87%, sendo recomendado. Conclusão: A elaboração de dois protocolos clínicos baseados em evidências para o manejo da sede em pacientes pós-extubados e traqueostomizados com seis critérios de segurança cada, com suas particularidades – nível de consciência, sinais de insuficiência respiratória, náusea e/ou vômito, tosse eficaz, capacidade de deglutir e alteração de voz ou disfuncionalidade de cânula de traqueostomia - é inovadora e permite avaliação da segurança para o manejo da sede.
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Palavras-chave
Sede, Reintrodução de Líquidos e Sólidos, Extubação, Traqueostomia, Protocolos clínicos, Guia de Prática Clínica