Análise citogenética em cinco espécies de Ctenidae (Araneae)
Arquivos
Data
Autores
Rincão, Matheus Pires
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
Resumo: As aranhas da família Ctenidae são predadoras de artrópodes, anfíbios, peixes e outras espécies de aranhas São abundantes nos ambientes florestais do Brasil e possuem algumas espécies de importância médica, como as aranhas do gênero Phoneutria, que são consideradas algumas das aranhas mais perigosas do mundo A principal característica que distingue Ctenidae, das demais famílias de aranhas, é o padrão de disposição dos olhos, do tipo 2-4-2 A ordem Araneae possui mais de 45 mil espécies, contudo, a família Ctenidae possui apenas 53 espécies descritas, divididas em 5 subfamílias (Acantheinae, Acanthocteninae, Calocteninae, Cteninnae e Viridasiinae) e 41 gêneros Das quais oito espécies, incluindo três das cinco famílias, foram cariotipadas até o momento A filogenia da família Ctenidae é controversa para diversos gêneros, principalmente Ctenus, considerado por diversos autores como sendo polifilético A melhor maneira de se conhecer as relações evolutivas entre as espécies é uma análise integrada entre diferentes linhas de conhecimento, e a citogenética é uma forte ferramenta para investigar o caminho carioevolutivo percorrido pelas espécies No presente estudo foram analisadas cinco espécies (Ctenus ornatus, Ctenus medius, Phoneutria nigriventer, Viracucha andicola e Enoploctenus cyclothorax), coletadas em quatro diferentes localidades, nos estados do Paraná e São Paulo, Brasil Foram feitas análises mitóticas, para se estabelecer o número diplóide das espécies, e análises meióticas, a fim de conhecer o comportamento dos cromossomos durante a formação dos gametas Foi observado um 2n=28 (26+X1X2) para os machos de todas as espécies, exceto V andicola que apresentou um 2n=29 (26+X1X2X3), nos machos As análises meióticas permitiram observar que os cromossomos sexuais se mantiveram heteropicnóticos positivos, em relação aos autossomos, durante o início da primeira divisão meiótica, e mostraram um comportamento de associação em paralelo, provavelmente auxiliando na correta segregação desses cromossomos durante a divisão celular, em machos O bandamento-C corado com fluorocromos base-específicos CMA3 e DAPI revelou heterocromatina pericentromérica GC rica (CMA3+) em todas as espécies, porém C ornatus apresentou também bandas intersticiais, e na população de Ubatuba-SP houve um acúmulo de heterocromatina GC rica em um dos bivalentes A FISH permitiu identificar que esse bivalente correspondia ao par cromossômico portador dos sítios de DNAr 18S Todas as espécies analisadas apresentaram um bivalente portador de sítios de DNAr 18S, exceto P nigriventer, que apresentou três bivalentes portadores, embora em um desses bivalentes apenas um dos homólogos se mostrou portador do sítio Viracucha andicola deste estudo mostrou diferenças no número de RONs, em relação aos dados descritos na literatura, que apresentou um padrão múltiplo de AgRONs, indicando que pode estar ocorrendo uma divergência interpopulacional, que se justifica levando em conta o bioma extremamente fragmentado em que a espécie se encontra, associado com o isolamento geográfico entre as populações O presente estudo trouxe também pela primeira vez a descrição cariotípica para duas espécies, Ctenus medius e Enoploctenus cyclothorax, sendo esta última o primeiro registro para a subfamília, Acantheinae, fornecendo importantes contribuições para o conhecimento cariotípico da Ctenidae
Descrição
Palavras-chave
Aranha, Citogenética, Aranha, Biologia, Cromossomos sexuais, Spiders, Spiders, Sex chromosomes, Heterochromatin, Biology, Cytogenetics