Alterações morfológicas e fisiológicas no cólon de camundongos com retocolite ulcerativa aguda e crônica induzida por dextran sulfato de sódio
Data
2021-02-25
Autores
Watanabe, Paulo da Silva
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Resumo
A doença inflamatória intestinal é uma inflamação recorrente que afeta o trato gastrointestinal, causando alterações na motilidade colônica. A evolução dessas alterações não é completamente compreendida e possivelmente está relacionada a sintomas que aparecem em diferentes graus da inflamação intestinal. Os estudos realizados em modelos animais para avaliar motilidade colônica usualmente utilizam apenas uma porção do cólon, e logo, os resultados geralmente não refletem as alterações que ocorrem em todo o órgão. Mais estudos são necessários para avaliar o desenvolvimento da colite, investigando as alterações causadas no epitélio intestinal e na parede do cólon, no modelo agudo e crônico da doença e investigar se essas alterações morfológicas interferem na motilidade de diferentes porções do cólon. O objetivo deste estudo foi avaliar as alterações estruturais e de motilidade do cólon durante o desenvolvimento da retocolite ulcerativa (RCU) aguda e crônica induzida por DSS em camundongos C57Bl/6. Os animais foram distribuídos em 5 grupos, sendo um grupo controle e os demais grupos expostos ao DSS 3% por 2, 5, 7 dias (RCU aguda) ou 2 semanas (RCU crônica). Durante a indução da RCU, os animais foram monitorados diariamente para obter o índice de atividade da doença (IAD). Após eutanásia, os cólons foram removidos e processados para análises histológicas e para as técnicas de imunofluorecência para avaliação de células tuft e neurônios mioentéricos. A motilidade do cólon foi determinada usando um aparelho de manometria convencional de perfusão multilúmen. De acordo com o IAD, o modelo foi eficaz em induzir a RCU tanto de forma aguda como crônica. Houve um aumento na espessura das camadas mucosa, submucosa, dos estratos da camada muscular, na parede total e redução no número de células tuft. Além disso, observou-se depleção de células caliciformes e um aumento na densidade de fibras de colágeno, bem como aumento numérico de neurônios colinérgicos no plexo mioentérico dos animais com RCU crônica. Tanto a população total como as subpopulações avaliadas de neurônios mioentéricos estavam atrofiadas nos grupos com RCU. A exposição progressiva ao DSS foi acompanhada de acúmulo de ajustes no padrão de motilidade colônica. O avanço da RCU provocou, dentre outros aspectos característicos de dismotilidade, redução no número de contrações, no número de complexos motores de migração colônica e no tempo total de trânsito gastrointestinal. De uma forma geral, a inflamação progressiva fez com que as contrações se tornaram mais vigorosas nas extremidades e mais longas na região medial do cólon. Concluímos que durante o progresso da RCU induzida por DSS ocorrem alterações estruturais no cólon, incluindo aumento no número de neurônios mioentéricos colinérgicos, seguidas de variações no padrão de motilidade de diferentes regiões do cólon que, em conjunto, caracterizam dismotilidade colônica
Descrição
Palavras-chave
Células tuft, Dextran sulfato de sódio, Doença inflamatória intestinal, Retocolite ulcerativa, Sistema nervoso entérico