Detecção de infecção por Paracoccidioides brasiliensis em tilápia-do-nilo (Oreochromis niloticus)
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Suguiura, Igor Massahiro de Souza
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Resumo: Os fungos termodimórficos Paracoccidioides brasiliensis e P lutzii são os agentes etiológicos da paracoccidioidomicose, micose sistêmica com alta prevalência no Brasil e em outros países da América Latina A detecção direta ou indireta de Pbrasiliensis em amostras ambientais e em animais com próxima relação ao solo indica este substrato como seu habitat mais provável No entanto, alguns pesquisadores sugeriram o meio aquático como um possível habitat de Paracoccidioides sp Na literatura não há estudos sobre a infecção por P brasiliensis em animais ectotérmicos aquáticos, como peixes O objetivo deste estudo foi detectar a infecção natural por P brasiliensis em tilápias-do-nilo (Oreochromis niloticus) cultivadas na região norte do estado do Paraná, Brasil O estudo foi composto por três etapas distintas: avaliação da resposta imune de peixes imunizados com células mortas de P brasiliensis, detecção da ocorrência da infecção natural em peixes de frigorífico e detecção de DNA fúngico em amostras obtidas de peixes de tanque rede Inicialmente um grupo de três tilápias-do-nilo foram imunizadas com células mortas de P brasiliensis, cepa B-339 Amostras de soro foram analisadas por ELISA indireto utilizando como antígeno gp43 Todos os peixes produziram anticorpos contra o fungo A infeção natural foi analisada utilizando amostras de soro de dois grupos obtidas em frigorífico: soro de peixes de tanque escavado (n=15) e peixes de tanque rede (n=19) A soropositividade observada foi de 17,43% em peixes de tanque rede e 5,71% em peixes de tanque escavado (p<,5) A partir da diferença observada em que peixes de tanque rede apresentaram maior positividade na sorologia contra gp43, amostras de DNA foram coletadas de outro grupo de tilápias de tanque rede As amostras de fígado (n=33), encéfalo (n=32) e rim (n=35) foram analisadas por PCR(Pb-ITSR e Pb-ITSE) Três amostras (encéfalo, rim e fígado), obtidas de três peixes diferentes, foram consideradas positivas no PCR com resultado confirmado por sequenciamento Os resultados demonstram que tilápias podem se infectar e desenvolver anticorpos contra P brasiliensis e sugerem que Paracoccidioides sp pode habitar o meio aquático Este é o primeiro estudo mostrando evidência sorológica e molecular da infecção por P brasiliensis em uma espécie de peixe e demonstrando a infecção natural em animais ectotérmicos
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Palavras-chave
Tilápia (Peixe), Paracoccidioides brasiliensis, Patologia experimental, Experimental pathology