Efeito imunopatológico da infecção associada com Schistosoma mansoni e Paracoccidioides brasiliensis no hospedeiro

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Resumo: A esquistossomose mansoni e a paracoccidioidomicose (PCM) são doenças infecciosas crônicas de grande importância para a saúde publica, com distribuição sobreposta em várias regiões do Brasil Seus agentes etiológicos, o helminto Schistosoma mansoni (Sm), e o fungo Paracoccidioides brasiliensis (Pb), são causadores de doenças granulomatosas intimamente relacionadas à resposta imune aos antígenos dos parasitos, sendo mediadas principalmente pela ativação de células Th2 e Th1, respectivamente Dados da literatura tem demonstrado a importância da co-infecção por Sm na resposta imune e nas manifestações clínicas de outras doenças infecciosas Entretanto faltam dados sobre a associação entre o Sm e o Pb tanto em seres humanos como em modelo experimental em animais, assim como o impacto imunopatológico causado no hospedeiro Com esse intuito, foram inicialmente detectados casos de esquistossomose apresentando reatividade sorológica para Pb, avaliando-se a seguir a resposta imune nesse grupo O efeito imunopatológico também foi investigado utilizando modelo experimental em camundongos BALBc co-infectados com Sm e Pb Das 1 amostras de soros de pacientes, moradores em zona endêmica e portadores de esquistossomose mansoni, 15 apresentaram sorologia positiva para gp43, uma glicoproteina considerada especifica de Pb Contudo, nenhum paciente apresentou sintomas clínicos, portanto foram classificados como portadores de PCM-infecção Com a finalidade de avaliar se a resposta imune seria modulada nos indivíduos co-infectados, análise sorológica de IgE e IgG anti- antígeno solúvel do ovo (SEA) e IgE anti-antígeno de vermes adultos (SWAP) e os níveis séricos das citocinas Th1(IFN-?, IL-12), Th2 (IL-4, IL-13), TH17(IL-17) e T regulatória IL-1, foram determinados por ensaio imunoenzimático (ELISA), nos grupos de pacientes co-infectados (Sm/Pb) e nos grupos controles, de indivíduos saudáveis (NHS) e somente com esquistossomose (Sm) Para avaliar o impacto imunopatológico da co-infecção no modelo experimental, foram utilizados grupos de camundongos: infectados concomitantemente com S mansoni e P brasiliensis durante 7 dias (Sm7Pb7), com infecção patente de Sm e após 42 dias infectados com Pb (Sm7Pb28), e como controles animais com Sm por 7 dias (Sm7) com Pb por 28 dias (Pb28) e Pb por 7 dias (Pb7) Em todos os animais, foram efetuadas análises histopatológicas do fígado, avaliação das citocinas hepáticas (IL-4, IL-13, IL-1 e IFN-?) e das citocinas (IL-4 e IFN-?) do soro Os resultados de co-infecção humana demonstraram níveis significativamente mais elevados de IgE e IgG antígenos (SEA e SWAP) anti S mansoni e níveis de IL-13 em ambos os grupos de pacientes em comparação ao controle normal, mas não dentro dos grupos infectados (Sm e Sm/Pb) Níveis significativamente mais elevados de IL-4 foram observados no grupo de Sm em comparação com os outros grupos, e não houve diferença nos níveis de IL-12 e IL-17 entre os grupos Os níveis de IFN-? e IL-1 foram significativamente mais elevados no grupo considerado co-infectado (SmPb) em relação aos controles Sm e SHN Os resultados de infecção experimental de camundongos demonstraram diminuição significativa no número de granulomas hepáticos de S mansoni em grupo co-infectado Com relação às citocinas hepáticas, o grupo Sm7Pb28 apresentou aumento significativo de IL- 4 e IL- 1, e ambos os grupos de animais co-infectados (Sm7Pb7 e Sm7 Pb28) apresentaram níveis elevados de IL-13 Os níveis de IFN-? encontrados no soro, foi maior nos animais co-infectados Em relação, ao efeito do S mansoni sobre o curso da infecção do P brasiliensis, o grupo com infecção concomitante (Sm7Pb7) apresentou aumento significativo no número de granulomas do fungo no fígado, e diminuição significativa dos níveis das citocinas hepáticas IL-4, IL-1 e IFN-? e, nível elevado de IL-4 sérica pode ser observado em relação aos animais do grupo Pb7 Nesse mesmo grupo foi detectada a presença de alguns granulomas com ausência parcial de contorno entre os dois agentes No grupo dos co-infectados também foi verificada a presença de S mansoni e P brasiliensis em outros órgãos Este estudo mostrou pela primeira vez casos de seres humanos com esquistossomose apresentando reação sorológica positiva com P brasiliensis, possivelmente co-infectados e, modulação de citocinasNo modelo murino, os dados mostraram que o impacto da infecção associada entre S mansoni e P brasiliensis provoca a modulação de citocinas e do número de granulomas do fígado, sugerindo também agravamento da doença As discordâncias encontradas entre os níveis de citocinas nos grupos co-infectados merecem maiores esclarecimentos, com estudos adicionais feitos em diferentes períodos de inoculação e dosagens de novas citocinas e quimiocinas

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Palavras-chave

Schistosoma mansoni, Paracoccidioides brasiliensis, Resposta imune, Imunoglobulinas, Citocinas, Imune response, Immunoglobulins, Cytokines

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