Doppler velocimetria e graus de lesões histológicas testiculares associados à cinética espermática em felinos domésticos

Data

2022-02-02

Autores

Trautwein, Luiz Guilherme Corsi

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Resumo

Os testículos são muito sensíveis a alterações hemodinâmicas e, para garantir a viabilidade espermática, é necessário que haja uma correta perfusão sanguínea, à qual é realizada pela artéria testicular. É possível realizar a mensuração da hemodinâmica vascular da artéria testicular por meio da Ultrassonografia Doppler. Foi demonstrado, em diversas espécies, que há correlações entre as variáveis Doppler com a qualidade espermática, porém, em felinos estes relatos são escassos, assim como outros parâmetros da análise reprodutiva nesta espécie, como é o caso da avaliação histopatológica de degeneração testicular e sua comparação com resultados da análise de sêmen. Sendo assim, os objetivos foram comparar a velocidade do fluxo sanguíneo na artéria testicular em gatos sedados com dexmedetomidina e cetamina e não sedados, bem como comparar entre os diferentes graus de degeneração histopatológica testicular e as características de cinética e movimento espermático em gatos. Este estudo foi dividido em três manuscritos: a) foram utilizados 27 gatos, alocados em dois grupos: grupo sedado (SG – dexmedetomidina (10 μg/kg) e cetamina (12 mg/kg); n=20) e grupo não sedado (NSG; n=7). Ambos os grupos foram submetidos à análise Doppler da artéria testicular e, após serem submetidos à orquiectomia, foi realizada a recuperação dos espermatozoides, por meio da compressão da cauda do epidídimo e a avaliação da cinética espermática no sistema CASA, morfologia e integridade de membrana espermática. Os dados de Doppler velocimetria dos grupos SG e NSG foram comparados utilizando o teste de Mann-Whitney, bem como foi realizado o teste de correlação entre as variáveis Doppler e de qualidade espermática. O NSG apresentou menor velocidade de fluxo nas regiões supratesticular e marginal (velocidade de pico sistólico – PSV de 5,56 cm/s e 5,91 cm/s, valor de p = 0,002 e < 0,001; velocidade diastólica final - EDV 2,89 cm/s e 3,96 cm/s, valor de p = < 0,001 e < 0,001) quando comparado com o SG (PSV 7,42 cm/s e 11,51 cm/s; EDV 4,42 cm/s e 7,72 cm/s), assim como não houve diferença entre as regiões no NSG (p=0.550). Houve correlação negativa entre a porcentagem de espermatozoides rápidos com o PSV e EDV da região marginal do SG (r=-0,382; r=-0,314), bem como entre a velocidade curvilínea (VCL) e a EDV da região supratesticular no NSG (r=-0,565); b) Foram utilizados 25 gatos, submetidos à orquiectomia eletiva e, após a recuperação dos espermatozoides da cauda do epidídimo, os testículos foram fixados e processados histologicamente. Foi possível categorizar os testículos em diferentes graus de degeneração testicular e extensão da lesão no parênquima. Os achados de grau de degeneração e extensão da lesão foram comparados com as variáveis do espermograma por análise de variância. Testículos com lesões focais ou multifocais não apresentaram diferença nos valores de cinética espermática e análise Doppler velocimétrica; c) Revisão de literatura acerca da análise ultrassonográfica reprodutiva em cães e gatos. Conclui-se que houve diferença entre a hemodinâmica testicular de animais sedados com dexmedetomidina/cetamina e não sedados, assim como houve a correlação entre variáveis Doppler velocimétricas e características de cinética espermática. Além disso, testículos com lesões degenerativas difusas apresentaram espermatozoides com piores características de movimento cinético.

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Palavras-chave

Espermatozoides, Felinos, Ultrassonografia, Artéria testicular, Histologia testicular, Gato - Semen, Felino - Testículos, Gato - Doppler, Ultra-sonografia, Felino - Espermatozóides

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