Staphylococcus Aureus em crianças: uma análise integrada de epidemiologia e clínica no decorrer de uma década
Data
2025-05-06
Autores
Casonatto, Alexandre
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Resumo
As infecções de corrente sanguínea por Staphylococcus aureus em crianças possuem significativa importância epidemiológica, clínica e genômica, devido ao aumento da disseminação, à dificuldade no tratamento e à elevada morbimortalidade, além da presença de numerosos genes relacionados à resistência e à virulência. O objetivo deste estudo foi analisar a epidemiologia, o perfil de resistência e o sequenciamento genômico de cepas de Staphylococcus aureus isoladas do sangue de crianças internadas entre 2010 e 2022, bem como estabelecer sua correlação com os aspectos clínicos do paciente. A identificação dos isolados, bem como a determinação do perfil de sensibilidade aos antimicrobianos, foi realizada por metodologia manual, de acordo com o CLSI, 2021, e automatizada utilizando os sistemas Vitek® 2 (bioMeriéux-USA), e o sequenciamento genômico foi realizado na plataforma Illumina NextSeq, com leituras de 150 bp. Dos 192 isolados, 73,7% das crianças apresentaram MSSA e 26,3% MRSA. Entre os adolescentes, 66,7% apresentaram MSSA, enquanto 33,3% apresentaram MRSA. A faixa etária mais prevalente entre infecções por MRSA foi abaixo de um ano de idade (mediana: 0; IIQ: 0-6; mín.-máx.: 0-18). As taxas de infecções por MRSA foram mais frequentes no sexo feminino (35,4%) em relação ao sexo masculino (17,7%). Não houve associação entre infecção por MRSA e tempo de internação, mas os óbitos foram mais frequentes que altas hospitalares. Ao longo de 12 anos, os isolados de S. aureus mostraram 100% de sensibilidade à linezolida e tigeciclina, mas alta resistência à penicilina (>90%). A sensibilidade à oxacilina variou entre 59,6% e 81,0% nos grupos analisados, e houve aumento significativo da resistência à eritromicina entre os anos de 2020 e 2022. Uma cepa de S. aureus ST8/USA300 isolada da corrente sanguínea de uma criança foi selecionada para o sequenciamento genômico e caracterizada como MRSA. A análise revelou a presença de genes associados à resistência, como femC, FmtA, norB/C, ErmB, BceA, BceB, SceD-like e TcaA, além de genes de virulência, como lukS-PV e icaA. Este estudo destaca dados que podem contribuir para maior precisão nas condutas terapêuticas
Descrição
Palavras-chave
Staphylococcus aureus, Epidemiologia clínica, Criança, Infecção;, Bacteremia, Antimicrobianos, Infecção Estafilocócicas, Resistência microbiana a medicamentos, Fisiopatologia clínica, Sepse, Resistência antimicrobiana, Pediatria, Genes de virulência