Intervenção sobre processos de luto prolongado por morte em adultos: comportamentos requeridos do psicólogo

Data

2024-02-26

Autores

Krueger, Thayná

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Resumo

O luto é um processo natural que faz parte da experiência humana. Contudo, esse processo pode se revelar uma vivência intensamente dolorosa, levando os enlutados a buscarem auxílio psicológico para enfrentar as consequências provenientes das contingências relacionadas ao luto. Os psicólogos podem se deparar com a necessidade de prestar atendimento a pessoas enlutadas nos mais diversos contextos em sua prática profissional. No entanto, para que o psicólogo possa fornecer suporte psicológico adequado, é necessário que ele tenha sido devidamente capacitado e possua uma compreensão clara e objetiva dos comportamentos necessários para intervir em processos de luto por morte em pessoas adultas. Porém, existem lacunas na formação quanto aos comportamentos que o psicólogo deve apresentar para realizarem esse tipo de intervenção. O objetivo da presente pesquisa foi propor classes de comportamentos constituintes da classe geral "intervir junto a pessoas adultas em processos de luto por morte", a serem apresentadas por psicólogos em sua atuação profissional. Para a pesquisa, o artigo “Complicated grief therapy for clinicians: An evidence-based protocol for mental health practice” foi utilizado para derivar e propor as classes de comportamento constituintes da intervenção do psicólogo em processos de luto por morte. O estudo utilizou os procedimentos da Programação de Condições para o Desenvolvimento de Comportamentos (PCDC), que é uma tecnologia derivada dos conhecimentos produzidos pela Análise Experimental do Comportamento que pode auxiliar na proposição de classes de comportamentos. O procedimento foi constituído por 9 etapas: identificação e seleção de trechos que contivessem componentes comportamentais; registro e destaques desses trechos; registro dos trechos nas colunas correspondentes; derivação dos componentes comportamentais não especificados; proposição de nomes para as classes de comportamentos; avaliação da linguagem; adequação da linguagem; organização e categorização das classes de comportamento. Os resultados permitiram a proposição de 221 classes de comportamentos que constituem a classe geral “intervir junto a pessoas adultas em processos de luto prolongado por morte”, as quais foram organizadas em cinco categorias. A categoria com maior quantidade de classes de comportamentos foi justamente a “Intervenção sobre as variáveis do processo de luto” que apresenta os comportamentos do psicólogo para intervir nas dificuldades vivenciadas pelo enlutado e auxiliá-los a aceitar e integrar o seu luto a uma nova vida após a perda. Estas intervenções incluem a psicoeducação, o manejo das emoções, a elaboração de planos para o futuro, a construção de novos relacionamentos, a promoção do contato com as memórias do falecido e construção de um novo relacionamento com as memórias do falecido. Outras categorias relevantes, são: “Solicitação de relato”, “Avaliação do caso”, “Promoção de um ambiente terapêutico acolhedor” e “Cuidados ético-profissionais”, que são categorias necessárias a todos os atendimentos psicológicos e que dão suporte a uma intervenção eficiente em processos de luto. Essa proposição das classes de comportamentos pode contribuir para a elaboração de programas de capacitação para os psicólogos que são requeridos a intervir em processos de luto prolongado.

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Palavras-chave

Capacitação de psicólogos, Morte, Programação de Condições para o Desenvolvimento de Comportamentos, Análise do Comportamento

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