Percepção de bem-estar, síndrome pós-COVID e prática de atividade física em adolescentes pós pandemia

Data

2023-06-20

Autores

Araujo, Gustavo Baroni

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Resumo

O objetivo deste estudo foi analisar a percepção de bem-estar, síndrome pós-COVID e prática de atividade física em adolescentes pós pandemia e infecção por COVID-19. Trata-se de um estudo transversal de natureza quantitativa composto por 312 adolescentes (51,9% do sexo feminino e 48,1% do sexo masculino) com idade entre 11-17 anos (14,97±1,87) que tiveram diagnóstico confirmado da COVID-19 no município de Londrina-PR entre agosto e dezembro de 2021. A amostra foi selecionada por conveniência através da plataforma oficial da Secretaria de Saúde do Paraná - “Notifica-Covid” e estratificada em três grupos segundo as classificações maturacionais propostas por TANNER, 1962 de acordo com a idade cronológica, sendo eles: G1) 11 e 12 anos (pré-púberes); G2) 13 e 14 anos (púberes) e G3) 15, 16 e 17 anos (pós-púberes). O questionário utilizado para investigar o bem-estar subjetivo foi a “Escala Global de Satisfação de Vida para Adolescentes” (EGSV-A); para investigar a síndrome pós-COVID (SPC) utilizou-se o questionário “Manifestações clínicas de quadro prolongado - Síndrome pós-COVID” e para investigar a atividade física utilizou-se o “IPAQ versão curta.” A coleta de dados foi realizada por meio de formulário digital online criado na plataforma Google (Google Forms) e enviado via WhatsApp. O teste t de student para amostras independentes foi utilizado para comparar as médias da percepção de bem-estar entre sexos e o teste de U de Mann Whitney para analisar as diferenças na amostra por faixa etária. Para investigar a associação entre a SPC com a atividade física, utilizou-se o teste Qui-quadrado e Regressão Logística Binária para verificar se a prática de atividade física, sexo e faixa etária são previsores do desenvolvimento de SPC, onde a SPC foi a variável dependente e sexo, prática de atividade física (Fisicamente ativo ou Insuficientemente ativo) e faixa etária como variáveis independentes. Os dados foram analisados através do software SPSS 27 adotando p=0,05. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas na percepção de bem-estar no G1 aos 11 anos (p=0,09) e 12 anos (p=0,08). A partir do G2, aos 13 e 14 anos, observa-se uma queda na percepção do bem-estar (p=0,04; p=0,02, respectivamente). No G3 foram encontradas diferenças estatisticamente significativas (p<0,01) aos 15, 16 e 17 anos. O sexo feminino apresentou menores escores em relação aos meninos em todas as idades, principalmente a partir da puberdade. De um total de 75 adolescentes (24%) apresentaram um quadro de síndrome pós-COVID com mediana do número de sintomas de 1 [0-3]. Destes, 61 do sexo feminino (81,3%) e 14 (18,7%) do sexo masculino. O tempo médio de atividade física dos adolescentes que apresentaram a síndrome foi de 148 minutos, classificados como “insuficientemente ativos”. As variáveis preditoras para o desenvolvimento da síndrome foram: Sexo feminino (OR= 4,76; IC 95%= 4,49 – 4,92; p<0,01); pós-púberes (OR=3,41; IC 95%= 3,15 – 3,57) e insuficientemente ativo (OR=4,68; IC 95%= 4,27 – 4,89). Conclui-se que o período de pandemia da COVID-19 impactou negativamente o bem-estar de adolescentes pós-púberes, e os prejuízos à saúde pós infecção são maiores em adolescentes do sexo feminino e insuficientemente ativos.

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Palavras-chave

Psicologia Positiva, Exercício Físico, Coronavírus, Adolescência

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