Incidência de sinais e sintomas em médicos residentes relacionados à exposição ocupacional a fumaça cirúrgica

Data

2023-02-28

Autores

Caus, Nathanye Crystal Stanganelli

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Resumo

Introdução: O produto da cauterização de tecidos e vasos durante os procedimentos cirúrgicos é uma fumaça tóxica, com odor característico, conhecida como fumaça cirúrgica. A exposição ocupacional a esta fumaça pode causar sinais e sintomas como sensação de corpo estranho na garganta, ardência de faringe, náusea, vomito, cefaleia, irritação dos olhos, irritação de outras mucosas como boca e nariz, fraqueza, tontura, lacrimejamento, lesões nasofaringeas. Objetivo: Analisar a incidência de sinais e sintomas relacionados com a inalação da fumaça cirúrgica em médicos residentes e refletir sobre os estudos longitudinais na enfermagem. Método: Estudo de coorte prospectivo, realizado com 100 médicos residentes expostos e não expostos a fumaça cirúrgica de duas instituições hospitalares de média e alta complexidade no Paraná, Brasil. A coleta de dados foi realizada em oito momentos (T0 a T7), de março de 2018 até fevereiro de 2020, com intervalo de três meses entre cada momento de coleta. Utilizou-se um formulário de coleta de dados pré-estruturado, autocitado, composto por caracterização sociodemográfica, ocupacional e hábitos de vida, presença de sinais e sintomas que podem estar relacionados com a exposição à fumaça cirúrgica e utilização de medidas preventivas. Para estatística descritiva, utilizaram-se frequências relativas, absolutas, medidas de posição central e dispersão. Para verificar associação das variáveis dicotômicas utilizou-se o teste Qui-quadrado e a regressão de COX para análise global do risco de aparecimento de sinais e sintomas, além da análise de sobrevida de Kaplan Meier para verificar o tempo de aparecimento dos sinais e sintomas. Como medida de efeito foi utilizado o Hazard Ratio, com o respectivo intervalo de confiança. Adotado como nível de significância 5% (p<0,05). Resultados: Os médicos residentes expostos apresentam 1,5 (IC95%: 0,99-2,42; p=0,05) vezes mais risco de desenvolver sinais e sintomas do que os não expostos. Os sinais e sintomas respiratórios e oculares: sensação de corpo estranho na garganta (HR: 3,86; IC95%: 1,46-11,85; p=0,00), ardência de faringe (HR: 2,49; IC95%: 1,13-5,46; p=0,02), irritação dos olhos (HR: 3,43; IC 95%: 1,75-6,74; p=0,00) e lacrimejamento (HR: 4,95; IC95%: 2,36-10,39; p=0,00) foram os mais incidentes no período de acompanhamento. A mediana de tempo para o desenvolvimento de sinais e sintomas no grupo exposto foi de 16 meses (IIQ 95%: 14,8-17,1). A utilização dos óculos de proteção individual é um fator de proteção dos expostos a fumaça cirúrgica em relação ao desenvolvimento de sinais e sintomas (ß=0,480; IC95%: 0,273-0,845; p=0,01). Conclusão: Os expostos a fumaça cirúrgica apresentam maior risco de desenvolvimento de sinais e sintomas do que os não expostos. E há maior incidência de sensação de corpo estranho na garganta, ardência de faringe, cefaleia, irritação dos olhos, irritação de outras mucosas, lacrimejamento e lesões nasofaringeas

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Palavras-chave

Saúde do trabalhador, Sinais e sintomas, Exposição ocupacional, Fumaça, Enfermagem baseada em evidências, Enfermagem, Cauterização, Fumaça tóxica, Saúde do trabalhador

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