Desenvolvimento e aplicação de um método quimiluminescente para quantificação de GSH e peróxido de hidrogênio em amostras de pacientes com COVID-19 admitidos na UTI

Data

2021-07-19

Autores

Cavalcanti, Liara Freitas

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Resumo

O estresse oxidativo (EO) está possivelmente envolvido na patogênese da COVID-19, doença declarada como pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em março de 2020. As concentrações de glutationa (GSH) e peróxido de hidrogênio (H2O2) são importantes indicativos de estresse oxidativo, e a dosagem dos mesmos pode elucidar os mecanismos pelos quais o SARS-CoV-2 (corona vírus) causa danos aos tecidos. A quantificação dessas moléculas é realizada por técnicas pouco sensíveis ou de alto custo e complexidade de execução. Desta forma, este trabalho teve como objetivo demonstrar o possível envolvimento do EO na COVID-19 através da quantificação de GSH em eritrócitos e H2O2 no plasma sanguíneo utilizando um método quimiluminescente altamente sensível e de baixo custo desenvolvido em nosso laboratório. O sistema luminol–ferricianeto foi escolhido para a reação quimiluminescente devido ao custo mínimo, fácil armazenamento dos reagentes e sua utilização de forma consistente para quantificação de dopamina na urina e ferro em amostras de água. A temperatura da reação, o pH e concentração dos reagentes, a precipitação de proteínas e diluição das amostras foram padronizados previamente para obtenção de resultados satisfatórios. As amostras foram obtidas de pacientes com COVID-19 admitidos na UTI do Hospital Universitário de Londrina. De forma geral, apenas uma amostra foi coletada de cada pacientes, mas, em alguns casos, uma segunda amostra foi coletada. Após as coletas, as amostras de ambas as coletas foram agrupadas, formando o grupo COVID, e as amostras da primeira coleta foram também analisadas de acordo com o desfecho clínico do paciente. O grupo controle foi formado por voluntários saudáveis recrutados no campus da Universidade Estadual de Londrina ou provenientes de um banco de dados. As concentrações de GSH no grupo COVID, no grupo óbito e alta foram similares a do grupo controle. Em contrapartida, os níveis de H2O2 apresentaram uma redução significativa de 10 vezes no grupo COVID, 3.7 vezes no grupo alta e 23 vezes no grupo óbito em relação ao controle. Além disso, a concentração de H2O2 foi 6 vezes menor no grupo óbito comparado ao grupo alta. Por fim, houve uma redução da atividade da catalase de 1.4 vezes em ambos os grupos: COVID e óbito, comparados ao controle. Conclui-se que houve uma boa linearidade do método proposto utilizando o luminol (10 µM) preparado em tampão carbonato de sódio (pH 9,5), e o ferricianeto de potássio (4,5 mM) a 21 – 24ºC e pode-se supor que o estresse oxidativo está envolvido na patogênese da COVID-19.

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Palavras-chave

SARS-CoV-2, Estresse oxidativo, Hemácia, Luminol, Plasma sanguíneo, Patologia experimental, COVID-19, Método quimiluminescente

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