De coelhos, cães e cavalos : agência e animalidade na obra de Richard Adams

dc.contributor.advisorRodrigues, Ângela Lamas
dc.contributor.authorSaraiva, Jefferson de Moura
dc.contributor.bancaGuida, Angela Maria
dc.contributor.bancaCorrea, Alamir Aquino
dc.contributor.bancaOliveira, Fábio Alves Gomes de
dc.contributor.bancaFernandes, Frederico Augusto Garcia
dc.coverage.extent191 p.
dc.coverage.spatialLondrina
dc.date.accessioned2024-11-06T13:31:04Z
dc.date.available2024-11-06T13:31:04Z
dc.date.issued2022-05-26
dc.description.abstractEste trabalho é uma investigação sobre o papel dos animais dentro da obra produzida pelo escritor britânico Richard Adams (1920-2016) nos seguintes romances: Em Busca de Watership Down (publicado em 1972 com o título Watership Down e traduzido para o português brasileiro em 2017), The Plague Dogs (1977) e Traveller (1988). A tese parte da noção de escritores “animalistas” (MACIEL, 2016b, p. 22-23), os quais produzem representações literárias de animais que buscam um engajamento maior com a animalidade e se opõe a representações mais tradicionais encontradas na fábula, nas quais o animal serve apenas para representar o humano. Ao valorizar a animalidade, Adams cria um texto literário em que diversas questões envolvendo a existência dos animais podem ser debatidas, já que tratam da violência surgida entre humanos e animais. O objetivo, portanto, é investigar como as obras literárias de Adams estabelecem esse espaço de debate. Para tal, discutimos os três conceitos basilares que regem as relações entre humanos e animais: antropocentrismo, antropomorfismo e especismo. O antropomorfismo se mostra um elemento essencial também para se pensar em como a teoria literária pode lidar de maneira adequada com esse modelo animalista de escrita. Ademais, por se tratar de uma literatura estruturada num projeto político de natureza ecologista e antiespecista, nos debruçaremos sobre a agência dos animais, entendida aqui como “a capacidade de agir e também de iniciar (não apenas de responder) e de escolher como responder e expressar sentimentos” (KADYRBEKOVA, 2018, p. 409) e que é expressa tanto a nível de enredo (as ações dos personagens na trama) quanto a nível textual (as escolhas lexicais do narrador). Por consequência, ao agir, o animal frequentemente rompe com o domínio humano, e essas ações são lidas como atos de resistência e expõem a faceta conceitual e estrutural da exploração dos animais em nossa sociedade. Por fim, discutimos sobre a vulnerabilidade poder representar um caminho para uma ética baseada na finitude compartilhada entre todos os animais e como, muitas vezes, a negação dela leva à comportamentos opressores. Constatou-se que os três romances apresentam uma análise bastante crítica das relações entre os humanos e os animais, pontuando como, nos mais diversos contextos, os animais têm seus interesses negados em favor dos interesses dos humanos. No que concerne à representação dos animais, Adams estabelece um modelo interessante no qual a imaginação e as imagens associadas às espécies se misturam com conhecimentos científicos, o que chamamos de antropomorfismo animalista, constituindo um exemplo claro de representação animal que só muito recentemente foi percebido pela teoria crítica literária (COPELAND, SHAPIRO, 2005, p. 345). As análises dos romances mostram que Adams foi um autor pioneiro e visionário no que tange aos chamados textos animalistas, cuja importância segue negligenciada dentro dos estudos literários. Concluindo, demonstramos que os estudos literários estão no início de uma nova fase no que diz respeito à representação dos animais e que Adams é um autor essencial dessa virada.
dc.description.abstractother1This thesis analyzes the role of animals within the texts written by the British writer Richard Adams (1920-2016) in the following novels: Em Busca de Watership Down (translation to Brazilian Portuguese, published in 2017, of Watership Down, first published in 1972), The Plague Dogs (1977) and Traveller (1988). To answer this question, we took the notion of “animalist” writers (MACIEL, 2016b, p. 22-23), who create literary representations of animals that seek a greater engagement with animality and are opposed to more traditional representations found in the fable genre, in which the animal serves only to represent humans. By valuing animality, Adams writes a literary text in which several issues involving the existence of animals are debated, as they deal with the violence that arises between humans and animals. The objective, therefore, is to investigate how Adams' texts establish this space for debate. To this end, we discuss the three basic concepts that drive the relationships between humans and animals: anthropocentrism, anthropomorphism and speciesism. Anthropomorphism is also an essential element for thinking about how literary theory can adequately deal with this animalistic way of writing. Furthermore, as a literary instance which is structured in an ecological and anti-speciesist political project, we focus on the agency of animals, conceptualized as “as the capacity to act and also to initiate (not only to respond), and to choose how to respond and how to express feelings” (KADYRBEKOVA, 2018, p. 409) and that is expressed both at the plot level (the actions of the characters in the plot) and at the textual level (the lexical choices of the narrator). Consequently, in acting, the animal often breaks with the human domain, and these actions are read as acts of resistance and expose the conceptual and structural facets of animal exploitation in our society. Finally, we consider the concept of vulnerability as a path to an ethics based on the finitude shared by all animals and how often its denial leads to oppressive behaviors. It was found that the three novels present a critical analysis of human-animal relationships that points out how, in the most diverse contexts, animals have their interests denied in favor of the human interest. In relation to the representation of animals, Adams establishes an interesting model in which imagination and images associated with species are mixed with scientific knowledge. We refer to this model as animalistic anthropomorphism. This clearly shows how animal representation has only recently been noticed by critical literary theory (COPELAND, SHAPIRO, 2005, p. 345). The analysis of the novels proves that Adams was a pioneering and visionary author regarding the so-called animalist texts, whose importance remains neglected within literary studies. In conclusion, we demonstrate that literary studies are at the beginning of a new phase with regard to the representation of animals and that Adams is an essential author of this turn.
dc.identifier.urihttps://repositorio.uel.br/handle/123456789/18404
dc.language.isopor
dc.relation.departamentCLCH - Departamento de Letras Vernáculas e Clássicas
dc.relation.institutionnameUniversidade Estadual de Londrina - UEL
dc.relation.ppgnamePrograma de Pós-Graduação em Letras
dc.subjectAnimais
dc.subjectAntropocentrismo
dc.subjectAntropomorfismo
dc.subjectEspecismo
dc.subjectLiteratura
dc.subjectFicção inglesa - História e crítica
dc.subjectAnimais na literatura
dc.subject.capesLingüística, Letras e Artes - Letras
dc.subject.cnpqLingüística, Letras e Artes - Letras
dc.subject.keywordsAnimals
dc.subject.keywordsAnthropocentrism
dc.subject.keywordsAnthropomorphism
dc.subject.keywordsSpeciesism
dc.subject.keywordsLiterature
dc.subject.keywordsEnglish fiction - History and criticism
dc.subject.keywordsAnimals in literature
dc.titleDe coelhos, cães e cavalos : agência e animalidade na obra de Richard Adams
dc.title.alternativeOf rabbits, dogs and horses : agency and animality in the works of Richard Adams
dc.typeTese
dcterms.educationLevelDoutorado
dcterms.provenanceCentro de Letras e Ciências Humanas

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