Exposição ao paracetamol durante a gestação e lactação em ratos : avaliação de possíveis efeitos maternos e na prole

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Resumo: Paracetamol (PAR) é um analgésico e antipirético empregado nas diferentes fases da gestação e lactação, uma vez que seu uso é considerado seguro pelas agências regulatórias A livre passagem pela barreira placentária e a excreção pelo leite materno permitem que esse fármaco alcance fetos/neonatos em desenvolvimento Estudos epidemiológicos populacionais descrevem que o uso pré-natal do PAR aumenta o risco para transtornos do neurodesenvolvimento, tais como, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e transtornos do espectro autista (TEA) Nos estudos populacionais, o fraco controle das variáveis não permite o estabelecimento de relações de causalidades Assim, a presente pesquisa objetivou avaliar, em ratos, os possíveis efeitos do PAR quando utilizado durante a gestação e lactação sobre o comportamento e marcadores do estresse oxidativo da prole Ratas prenhes receberam, por gavage, PAR (35 ou 35 mg/kg) ou água a partir do dia gestacional 6 até o desmame (dia pós-natal – DPN 21) A toxicidade geral foi avaliada pelo acompanhamento do peso corporal materno e da prole O comportamento da prole foi avaliado através do teste de busca pelo ninho (DPN 1), estereotipia comportamental (DPN 27), teste de três câmaras de sociabilidade e teste do campo aberto (DPN 28) A concentração de glutationa reduzida (GSH), hidroperóxidos lipídicos (LOOH), produtos avançados de oxidação proteica (AOPP) e a atividade da superóxido dismutase (SOD) foram determinadas no córtex pré-frontal, hipocampo, estriado e cerebelo dos filhotes com 22 dias Além disso, na mãe e em filhotes (DPN 22) foi determinada a atividade sérica da aspartato aminotransferase (AST) e da alanina aminotransferase (ALT), enquanto que, no fígado desses animais foram verificados os níveis de AOPP e GSH, e possíveis alterações histopatológicas A exposição ao PAR não afetou as medidas de toxicidade geral A exposição perinatal ao PAR (35 mg/kg) aumentou a intensidade de estereotipia comportamental induzida por apomorfina e a locomoção no campo aberto (35 mg/kg), ambos em machos Ainda, reduziu a atividade exploratória no teste de três câmaras de sociabilidade (35 mg/kg) em ambos os sexos O tratamento na menor dose testada diminuiu a concentração de GSH no hipocampo e a atividade de SOD no estriado Mães expostas a ambas as doses do PAR apresentaram aumento da atividade de AST na ausência de alterações nos marcadores de estresse oxidativo hepático e na análise histopatológica do fígado, bem como na atividade de ALT em soro Devido à presença de AST em outros órgãos, os resultados sugerem lesões extrahepáticas advindas da exposição ao PAR Portanto, os dados indicam potencial neurotoxicidade do desenvolvimento do PAR Hipocampo e estriado mostraram-se mais vulneráveis ao desequilíbrio redox e filhotes machos mais susceptíveis às alterações bioquímicas e comportamentais comparados às fêmeas Tais observações podem ser relevantes para estudos de transtornos do neurodesenvolvimento em humanos

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Palavras-chave

Acetaminofen, Gravidez, Estresse oxidativo, Rato como animal de laboratório, Transtornos do neurodesenvolvimento, Acetaminophen, Pregnancy, Oxidative stress, Rats as laboratory animals, Neurodevelopmental disorders

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