Avaliação da assistência, acesso e planejamento do serviço pré-natal de alto risco na atenção primária à saúde e ambulatorial especializada: estudo misto

Data

2022-02-18

Autores

Medeiros, Fabiana Fontana

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Resumo

Introdução: A assistência pré-natal busca o planejamento assistencial, com enfoque na prevenção, diagnóstico e tratamento. Objetivo: Avaliar a assistência pré-natal de alto risco nos serviços de atenção primária e ambulatorial especializada, assim como, apresentar estratégias para qualificação deste seguimento. Métodos: Estudo misto com desenho explanatório sequencial, abordagem quantitativa-qualitativa, de um estudo de coorte prospectiva com 319 puérperas e um estudo fenomenológico com 13 gestores da assistência indireta à gestante de alto risco. Os dados quantitativos foram coletados no período de outubro de 2016 a agosto de 2017, em uma maternidade pública do Sul do Brasil, por meio de entrevista, dados da caderneta pré-natal e prontuário hospitalar. Utilizou-se instrumento semiestruturado com dados socioeconômicos, e demográficos, obstétricos e puerperais. As análises descritiva e analítica foram realizadas por meio do Teste Qui-quadrado (p=0,05). Os dados qualitativos foram obtidos por entrevista individual no período de janeiro a março de 2020, no local de trabalho dos participantes e analisados à luz da Fenomenologia Social. Resultados: A assistência pré-natal de alto risco foi inadequada na maioria dos critérios analisados, entretanto, quando a ocorreu na atenção primária à saúde concomitantemente com a atenção ambulatorial especializada, houve maior taxa na realização de suplementação nutricional (96,9%); exames de triagem sanguínea (98,2%); sorologia para hepatite B (97,3%); hemoglobina e hematócrito (96,0%), glicemia (95,5%), seis ou mais consultas pré-natais (94,6% - p 0,002), registro da classificação de risco (75,8% - p 0,013) e o recebimento de informação de emergência (78,0% - p = 0,000). Identificou-se um período de espera para o acesso ao serviço especializado de até 15 dias (32,3%), 16 a 30 dias (27,9%) e (19,1%) não tiveram acesso. Dentre os obstáculos, revelaram-se, a insuficiência de vagas, incompletude ou não monitoramento dos dados e o não atendimento aos critérios de encaminhamento. Quanto ao gerenciamento, revelou-se a realização de capacitação à equipe multiprofissional da atenção primária à saúde, tendo como desafio, a escassez de aprimoramento profissional. Conclusão: A assistência compartilhada com a Atenção Ambulatorial Especializada, confirmou-se como estratégia para o aperfeiçoamento assistencial, entretanto, há necessidade da referência e contra referência efetivas, por meio da conscientização profissional sobre a importância do registro, assim como, a implantação de prontuário eletrônico integrado e unificado com os diversos níveis assistenciais, buscando a continuidade assistencial. Salienta-se que a primeira consulta ambulatorial ocorreu em tempo prolongado, e algumas mulheres não conseguiram acesso ao serviço, resultando no cuidado exclusivo da atenção primária à saúde, a qual não está organizada para este atendimento diferenciado. Os gestores destacaram a importância de capacitação para os profissionais da atenção primária à saúde, tendo como estratégias a realização de oficinas de matriciamento, capacitação pessoal, prática do atendimento direto, conhecimento da realidade local e participação em grupos de pesquisa, sendo estas, estratégias que podem ser assumidas imediatamente in loco no contexto institucional para o aprimoramento do cuidado. Salienta-se a necessidade de planejamento estratégico, assim como, investimento financeiro de instâncias superiores para qualificação do próprio gestor e expansão das ações de educação permanente na atenção primária à saúde e na atenção ambulatorial especializada.

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Palavras-chave

Gravidez de alto risco, Assistência pré-natal, Atenção primária à saúde, Atenção secundária à saúde, Gestão de serviços de saúde

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