Avaliação dos metais essenciais e biomarcadores inflamatórios e do estresse oxidativo e nitrosativo em pacientes com esclerose múltipla

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Mezzaroba, Leda

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Resumo: Introdução: O desequilíbrio entre moléculas inflamatórias e anti-inflamatórias e oxidantes e antioxidantes tem sido implicado na desmielinização e dano axonal na esclerose múltipla (EM) Além disso, a quebra da homeostase de metais essenciais no sistema nervoso central (deficiência ou acúmulo) pode estar envolvida na patogênese de doenças neurodegenerativas Objetivos: Revisar o papel do zinco, cobre, manganês e ferro em doenças neurodegenerativas como doença de Alzheimer (DA), doença de Parkinson (DP) e EM e avaliar os biomarcadores imunoinflamatórios e do estresse oxidativo e nitrosativo (IO&NS) em pacientes com EM Sujeitos e Métodos: Na revisão, utilizou-se a base de dados PubMed/US National Library of Medicine/USA, de 28 a 218 Realizou-se, também, um estudo caso-controle com 174 pacientes com EM e 182 controles Os biomarcadores IO&NS analisados no plasma foram fator de necrose tumoral (TNF)-a, receptores solúveis de TNF (sTNFR)1 e (sTNFR)2, adiponectina, hidroperóxidos lipídicos, metabólitos de óxido nítrico (NOx), TRAP, grupamentos sulfidrila (SH) e níveis séricos de zinco Na análise estatística empregou-se técnicas de estudo de aprendizagem por máquina e modelos matemáticos como Support Vector Machine (SVM), cálculo da área sob a curva ROC (AU/ROC) e testes de rede neural Resultados: Com a revisão, concluiu-se que a diminuição de zinco compromete a resposta imune inata e adaptativa e reduz sua capacidade antioxidante, enquanto que o aumento de íons cobre, manganês e ferro gera estresse oxidativo, injúrias permanentes, apoptose e morte celular No estudo caso-controle, os resultados mostraram associação entre EM e o perfil oxidante/antioxidante e que o diagnóstico de EM exerceu forte efeito sobre os biomarcadores avaliados, explicando 68,2% da suas variâncias, com forte efeito nos níveis de adiponectina (45,1%), zinco (36,8%), TRAP (36,8%) e efeito moderados nos níveis do sTNFR2 (16,7%) e TNF-a (14,7%) Níveis aumentados de zinco foram associados com menor probabilidade de desenvolvimento de EM [odds ratio (OR): ,12, p=,9], bem como de adiponectina (OR: ,11, p=,3), TRAP (OR: ,19, p=,2) e grupos SH (OR: ,223, p=,25) Por outro lado, níveis elevados de sTNFR2 foram associados com maior probabilidade de desenvolvimento de EM (OR: 5,6, p=,16) A combinação de zinco, adiponectina, TRAP, grupos SH e sTNFR2 formou o melhor modelo de biomarcadores para auxiliar no diagnóstico de EM (p<,1), no qual 97,4% dos sujeitos foram corretamente classificados com sensibilidade de 98,7% especificidade de 91,7% Os biomarcadores TRAP e adiponectina foram os mais importantes neste modelo, seguidos à distância pelo zinco e sTNFR2 Conclusões: O equilíbrio dos níveis de zinco, cobre, manganês e ferro exerce papel fundamental na manutenção da homeostase do SNC Os resultados do estudo caso-controle ressaltaram que a EM é caracterizada por níveis elevados de oxidantes e diminuídos de antioxidantes e que a capacidade antioxidante total do plasma, adiponectina, zinco, grupos SH e sTNFR2 desempenham um papel importante na fisiopatologia da EM A combinação destes biomarcadores constitui um modelo que pode ser incorporado no diagnóstico da EM, com alta sensibilidade, especificidade e acurácia, assim como as vias envolvidas com esses biomarcadores podem ser avaliadas como potenciais alvos para uma terapia individualizada de pacientes com EM

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Palavras-chave

Esclerose múltipla, Estresse oxidativo, Biomarcadores inflamatórios, Multiple sclerosis, Oxidative stress, Inflammatory biomarkers

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