Sendas fantásticas : narrativas esquecidas de um Brasil oitocentista

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Francisco Junior, Abílio Aparecido

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Resumo

Resumo: Este trabalho tem como objetivo investigar a presença da literatura fantástica brasileira no século XIX a partir da análise de três contos ignorados pela crítica, são eles “A fada do mysterio” (1853), de Félix Xavier da Cunha, “O estudante e os monges” (1859), de Couto de Magalhães e “Conto fantástico” (1861), de Américo Lobo Para tanto, esta pesquisa se divide em três partes Na primeira, buscou-se levantar um breve contexto histórico da consolidação cultural ocorrida após a chegada da Família Real portuguesa ao Brasil, em 188 e seus reflexos na produção literária brasileira Desse ponto, passou-se a averiguar como se desenvolveu a literatura de estudantes em associações literárias, por meio das publicações em periódicos, principalmente a partir da década de 183 Procurou-se destacar, também, uma possível produção primeva da literatura fantástica de acordo com os levantamentos realizados, a fim de refletir sobre o início dessa vertente literária no Brasil Em um segundo momento, foi necessário promover um levantamento teórico sobre as diversas manifestações da teoria relacionada ao fantástico Foram evidenciados os primeiros estudos registrados de autores como Walter Scott, com seu “On the supernatural in fictitious composition” (1827), Charles Nodier, em “Du fantastique en littérature” (183) e Théophile Gautier, com “Les contes d’Hoffmann” (1836), além de obras como O horror sobrenatural na literatura (1927), de HP Lovecraft, “Aminadab, ou do fantástico considerado como uma linguagem” (1943), de Jean-Paul Sartre, e A arte e a literatura fantásticas (1963), de Louis Vax No momento demarcado como o de delimitação, evidenciou-se a obra Introdução à literatura fantástica (197), de Tzvetan Todorov, Le récit fantastique (1974), de Irène Bessière, e O Realismo maravilhoso: forma e ideologia no romance hispano-americano (198), de Irlemar Chiampi Na divisão dedicada aos “Contemporâneos”, houve enfoque no ensaio “¿Qué es lo neofantástico?” (199), de Jaime Alazraki, O fantástico (1996), de Remo Ceserani, e “A ameaça do fantástico” (21), de David Roas Esse passeio pelas teorias do fantástico proporcionou um melhor entendimento de como tanto teoria quanto literatura evoluíram e continuam evoluindo, apresentando novas possibilidades de entendimento Na terceira e última parte foi contemplada uma análise das narrativas esquecidas, nas quais encontramos elementos fantásticos diferenciados entre si, como a ampla presença de elementos românticos que se coadunam com o fantástico na narrativa do gaúcho Félix Xavier da Cunha, o caminho erotizado dos pecados terrenos cometidos por dois demônios em um prostíbulo, na narrativa de Couto de Magalhães e, por fim, a mescla entre o folclore popular, oralizado, e a cultura europeia na construção de um fantástico com objetivo de crítica social à escravatura no conto de Américo Lobo A pluralidade presente na análise comparativa dos contos selecionados demonstrou não apenas a presença da literatura fantástica a partir de uma ótica desviante do cânone, como também ressaltou a diversidade temática e formal presente nessas narrativas

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Palavras-chave

Literatura fantástica brasileira, O Fantástico, Contos brasileiros, História e crítica, História e crítica, Fantastic literature, Brazilian, Fantastic, The, Short stories, brazilian, History and criticism

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