Polimorfismos em genes envolvidos nas vias de reparo de danos ao DNA: associação com marcadores prognósticos em pacientes pediátricos com tumores neuroblásticos periféricos.

Data

2025-03-08

Autores

Oliveira, Beatriz Mancini

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Resumo

Os tumores neuroblásticos periféricos (TNPs) são neoplasias embrionárias que acometem predominantemente crianças e apresentam um amplo espectro clínico, variando desde regressão espontânea até metástases agressivas à distância. Esses tumores são classificados em ganglioneuroma (GN), ganglioneuroblastoma (GNB) e neuroblastoma (NB), com base em suas características morfológicas. Apesar dos avanços terapêuticos, a taxa de sobrevida a longo prazo para pacientes de alto risco permanece inferior a 40%, evidenciando a necessidade de estratégias mais eficazes para o manejo da doença. Polimorfismos genéticos têm sido estudados na oncologia por seu potencial impacto na predisposição, progressão e prognóstico das neoplasias humanas. Em particular, variantes em genes envolvidos nas vias de reparo do DNA, como PARP1, XPC e XPA, são de grande interesse, pois podem influenciar a instabilidade genômica e, consequentemente, o comportamento tumoral. No entanto, a relevância dessas variantes nos TNPs ainda é pouco compreendida. Diante disso, o presente estudo teve como objetivo investigar a associação dos polimorfismos rs1136410 (PARP1), rs1800975 (XPA) e rs2228000 (XPC) com parâmetros clinicopatológicos e prognósticos em pacientes infantojuvenis diagnosticados com GN, GNB e NB. Foram analisadas características como idade ao diagnóstico, estadiamento clínico, histopatologia do tumor, presença de metástases, local do tumor primário, extensão da doença ao diagnóstico, recorrência residual, ocorrência de recidivas, entre outros, buscando associar os diferentes genótipos com o comportamento clínico da doença. Metodologia: Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CAAE 59515722.70000.5231 e CAAE 80073124.9.0000.0020). No total, foram analisadas 72 amostras biológicas, sendo 15 de sangue periférico e 57 provenientes de blocos de parafina. A extração do DNA genômico foi realizada, e a genotipagem avaliada por qPCR, utilizando ensaios TaqMan® previamente validados. Para análise estatística, empregou-se o teste de qui-quadrado, exato de Fisher e análise de associação de risco relativo (RR-IC 95%), considerando um nível de significância de p<0.05. Resultados e Conclusões: Em relação ao SNP do gene PARP1 não foram encontradas associações significativas ao comparar os modelos genéticos e parâmetros prognósticos. Entretanto, para o gene XPC rs2228000, encontramos que indivíduos com genótipos GG quando comparados a indivíduos com genótipos GA+AA apresentam maior risco a desenvolver a doença em estágios mais avançados, com p=0,036 (RR 1,529). Em relação ao gene XPA rs1800975, foi possível encontrar um fator de proteção para o desenvolvimento de infiltração na medula óssea ao diagnóstico em indivíduos que carregam o genótipo TT quando comparados a indivíduos que apresentam CT+CC, com p=0,037 (RR 0,324). Esses resultados reforçam a complexidade biológica dos TNPs e indicam que marcadores genéticos individuais podem ter limitações na predição do comportamento da doença. Dessa forma, estudos adicionais, contemplando diferentes populações e interações gene-gene e gene-ambiente, são essenciais para elucidar o papel dessas variantes na progressão dos TNPs e seu potencial uso como biomarcadores prognósticos.

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Palavras-chave

Tumores pediátricos, Genes de reparo, PARP1, XPA, XPC

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