Influência da ferritinemia nos parâmetros de estresse oxidativo e na progressão da doença em pacientes com esclerose múltipla
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Ferreira, Katerine Panichi Zanin
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Resumo
Resumo: A esclerose múltipla (EM), é uma doença desmielinizante e inflamatória crônica, na qual o processo inflamatório é reponsável pela formação de espécies reativas de oxigênio (EROs) e nitrogênio (ERNs) Essas espécies reativas ativam macrófagos e micróglia no sistema nervoso central (SNC), induzindo a morte de oligodendrócitos e proporcionando a degeneração axonal Alguns estudos apontam que o estresse oxidativo (EO) tem um importante papel na fisiopatologia da EM, devido ao elevado consumo de oxigênio e altos índices de ácidos graxos no SNC O EO faz parte de umas das condições de modulação da ferritina, que é uma proteína com alto grau de armazenamento de ferro e que faz parte das espécies reativas As citocinas inflamatórias presentes nesta doença regulam positivamente a síntese de ferritina, os radicais livres resultantes da ativação da micróglia pelo excesso de ferro e, consequentemente, de ferritina, induzem um aumento significativo do EO e da peroxidação lipídica, levando a uma disfunção mitocondrial que pode levar à morte essas células residentes do SNC Embora a maior parte dos relatos demonstrem os efeitos deletérios da ferritina, também têm sido demonstrado efeitos antioxidantes dessa proteína Este estudo teve como objetivo avaliar a influência dos níveis séricos de ferritina nos parâmetros de EO e na progressão da doença em pacientes com EM Foram incluídos 167 indivíduos saudáveis, recrutados do banco de sangue do Hemocentro Regional do Hospital Universitário de Londrina e 164 pacientes com EM, atendidos no Ambulatório de Doenças Desmielinizantes do Ambulatório de Especialidades do HU (AEHU), classificados de acordo com critérios de McDonald Esses pacientes foram divididos em dois grupos de acordo com seus níveis de ferritina (<125,6 ng/mL e =125,6ng/mL) A incapacidade da doença foi avaliada pela Escala Expandida do Estado de Incapacidade (EDSS) Para avaliar a progressão da doença, foram considerados os escores de EDSS do ano de 211 e subtraídos os escores de 26 Para o EO foram avaliados a capacidade antioxidante total do plasma pelo método de TRAP, metabólitos de óxido nítrico (NOx), proteínas carbonílicas, produtos avançados de oxidação proteica (AOPP) e hidroperóxidos lipídicos (CL-LH) Pacientes com EM e com níveis elevados de ferritina, tiveram maior progressão da doença (p = ,3), e níveis mais elevados de AOPP (p = ,1) e níveis mais baixos de NOx e TRAP, no plasma (p = ,31, p = ,6, respiectivamente), do que os indivíduos com EM e baixos níveis de ferritina A análise de regressão logística multivariada mostrou que o aumento da AOPP e progressão da doença foram significativamente e positivamente associados com o aumento da ferritina A combinação de níveis de ferritina no soro e marcadores de EO e ferritina foram responsáveis por cerca de 14% na progressão da doença Em conclusão, os nossos resultados sugerem que a ferritina pode agravar o EO em pacientes com MS e contribuir para a progressão da doença
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Palavras-chave
Esclerose múltipla, Ferro no organismo, Estresse oxidativo, Patologia experimental, Multiple sclerosis, Oxidative stress, Experimental pathology