Fatores intraparto relacionados a traumas perineais e efeitos do uso precoce e supervisionado do Epi-No® na prevenção de lesões perineais e incontinência urinária pós-parto normal em primigestas de baixo risco

Data

2022-04-28

Autores

Malucelli, Cíntia Spagnolo Gomes

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Resumo

Introdução: O trauma perineal é complicação obstétrica frequente no parto vaginal, ainda havendo dúvidas sobre os fatores de risco e preventivos para sua ocorrência, e sobre a realização de episiotomia seletiva. Objetivos: O primeiro objetivo foi avaliar a frequência da episiotomia e lesões perineais espontâneas e suas correlações com tempo de expulsivo, peso do bebê e escore de Apgar. O segundo objetivo foi estudar efeito do uso supervisionado do Epi-No® na prevenção de lesões perineais e incontinência urinária (IU) 6 meses após o parto em primigestas. Materiais e métodos: Para o primeiro objetivo realizou-se um estudo de coorte prospectivo, realizado no período de 2017 a 2019. A fonte de dados foi realizada por meio de pesquisa em prontuários. Coletou-se do registro da sala de parto, a identificação materna, via de parto, uso de instrumentos, grau de laceração, sutura e episiotomia, duração do segundo estágio do parto, peso do bebê e escore de Apgar do 1º e 5º minuto. Para o segundo objetivo realizou-se estudo tipo ensaio clínico não randomizado, conduzido no período de 2017 a 2019. O grupo estudo (GE) foi avaliado antes da intervenção (entre 30a e 32a semana) e 6 meses após o parto. O grupo controle (GC) foi avaliado uma única vez, no sexto mês após o parto. O GE realizou 10 sessões individuais (duas vezes por semana durante 5 semanas) supervisionadas por um fisioterapeuta a partir da 34ª semana com o aparelho Epi-No® que é um tipo de dilatador vaginal utilizado com o objetivo de favorecer o alongamento das estruturas perineais. A IU foi avaliada através da pontuação no International Consultation on Incontinence Questionnaire – Short Form (ICIQ-SF) e a força muscular do assoalho pélvico por meio da perineometria. Resultados: No primeiro estudo foram incluídas 399 primigestas, 22,56% tiveram períneo íntegro, 38,72% laceração de primeiro grau, 23,33% de segundo grau e 0,51% de terceiro grau. A frequência de episiotomia foi de 14,87%. O tempo de expulsivo maior que 60 minutos trouxe 3,5 vezes mais chances de lesão perineal profunda. Bebês nascidos com peso acima de 3.288 gramas apresentaram maiores chances de traumas perineais com sutura. A episiotomia seletiva foi associada a menor pontuação do Apgar 1 minuto e maior tempo de período expulsivo. No segundo estudo foram analisadas 37 mulheres no GE e 32 no GC. Houve diferença entre os grupos na frequência das lesões superficiais e profundas, o GE apresentou um maior número de participantes com períneo integro ou laceração grau 1. O GC teve 9,86 maior chance de apresentar laceração perineal grau 2 ou 3, e realização de episiotomia. Enquanto o GE teve 96,7% menor chance de laceração profunda. Observou-se também que as mulheres do GE apresentaram uma mediana na pontuação do ICIQ-SF pós-parto significativamente menor do que as do GC. Observou-se uma correlação negativa estatisticamente significante, ou seja, quanto maior a força perineal, menor a pontuação no ICIQ-SF. Conclusões: No primeiro estudo observou-se que um maior peso do bebê e período expulsivo mais longo são fatores que se associam com maiores porcentagens de traumas perineais profundos e sutura. No segundo estudo, concluiu-se que o uso do dispositivo Epi-No® a partir de 34 semanas e acompanhado por um fisioterapeuta especialista foi associado a redução de lesões perineais profundas e IU 6 meses após o parto vaginal

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Palavras-chave

Traumas perineais, Episiotomia, Parto vaginal, Assoalho pélvico, Incontinência urinária, Epi-No®

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