Caracterização de beta-lactamases de espectro estendido em enterobactérias, isoladas de urina, de pacientes da comunidade, no município de Londrina
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Dias, Juliana Buck
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Resumo
Resumo: A prevalência dos uropatógenos nas infecções do trato urinário (ITU) isoladas, na comunidade e seu perfil de susceptibilidade são essenciais na determinação da terapia empírica apropriada. No entanto, dados epidemiológicos dessas infecções na comunidade ainda são limitados. O objetivo deste trabalho foi caracterizar as β-Lactamases de espectro estendido (ESBL) de enterobactérias isoladas de uroculturas, de pacientes das Unidades Básicas de Saúde e Unidades de Prontos Atendimentos de Londrina, realizadas pelo Laboratório Central (CentroLab) da Prefeitura de Londrina-Paraná, no período de junho 2016 a maio 2017. De 56.555 uroculturas realizadas, 8.275 (14,6%) foram positivas pelo sistema automatizado Vitek@2 (bioMérieux, Marcyl’Etoile, França), sendo que 7.189 (86,9%) microrganismos foram da família Enterobacteriaceae, destes 488 (6,7%) foram produtores de ESBL. Os microrganismos mais frequentes foram Escherichia coli, sendo isolados em 5.761 (69,8%), seguido de Klebsiella pneumoniae com 688 (8,3%) e Proteus mirabilis com 334 (4,0%). Em que 329 (5,7%) isolados de E.coli e 159 (24,2%) isolados de K. pneumoniae foram produtores de ESBL. Dos isolados de ESBL, 368 (75,3%) eram amostras de mulheres, das quais 270 (55,3%) tinham mais de 65 anos. A idade e sexo feminino foram fatores de risco para aquisição de ITU por E.coli e/ou K. pneumoniae produtoras de ESBL. Foi realizado teste confirmatório para ESBL em ágar ChromID® ESBL e Duplo Disco Sinergismo (DDS). Das 329 amostras de E.coli, o gene blaCTX-M foi encontrado em 275 isolados, individualmente ou em associações, os quais predominaram os grupos blaCTX-M1 em 179 (54,4%) dos isolados, seguido de blaCTX-M9 em 81 (24,6%). Os genes blaSHV e blaTEM ocorreram em 94 (28,5%) e 81 (24,6%) isolados, respectivamente. Dentre os 159 isolados de K. pneumoniae foram detectados gene bla em 141 (88,6%) dos isolados, em que 27 (16,9%) dos isolados de K. pneumoniae produtores de ESBL apresentavam os três genes blaCTX-M, blaSHV e blaTEM, simultaneamente. O gene blaCTX-M foi predominante, esteve presente em 132 (83,0%) dos isolados, em que blaCTX-M1 apresentou prevalência de 90 (56,6%), enquanto que blaTEM e blaSHV foram detectados em 58 (36,4%) e 37 (23,2%) dos isolados, respectivamente. Este estudo descreveu a prevalência de ESBL entre isolados de E. coli e K. pneumoniae em uroculturas na comunidade. Demostrando, assim, a necessidade de estabelecer sistemas de monitoramento locais e nacionais da resistência antimicrobiana no Brasil para fornecer dados às diretrizes de tratamento de ITU na comunidade.
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Palavras-chave
Infecções urinárias, Fatores de risco, Enterobactérias, Fisiopatologia, Urinary tract infections, Enterobacteriaceae