Associação entre fadiga e sintomas não motores e motores na doença de Parkinson

Data

2023-03-31

Autores

Terra, Marcelle Brandão

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Resumo

Introdução: A doença de Parkinson (DP) é uma desordem neurodegenerativa, caracterizada pela perda dos neurônios dopaminérgicos da substância negra compacta do mesencéfalo. Hoje sabe-se que a doença engloba tanto sintomas motores, como a bradicinesia, tremor, rigidez, alterações posturais e da marcha, assim como sintomas não motores, entre eles as alterações do sono, do humor, problemas urinários, disfunções na fala, disfagia, hiposmia, constipação, comprometimento cognitivo, distúrbios autonômicos e fadiga. O quadro de sintomas não motores é muito relevante e tem impacto negativo na qualidade de vida dos indivíduos. A fadiga é um sintoma muito prevalente na doença, atingindo até 50% dos indivíduos e que pode ser muito incapacitante. Apesar de sua importância no contexto da DP, ainda é um sintoma insuficientemente estudado na literatura. Objetivos: o nosso estudo almejou verificar a associação entre a fadiga com: características demográficas (sexo, idade, tempo de diagnóstico, escolaridade, índice de massa corporal - IMC, dose de medicamento dopaminérgico), clínicas (ansiedade e depressão, cognição, estadiamento da doença – escala de Hoehn Yahr - HY) e com o equilíbrio, sintomas motores e sintomas não motores da doença. Metodologia: Primeiramente, categorizamos nossa amostra em dois grupos: “fadiga” e “não fadiga”, com objetivo de os comparar em relação as variáveis citadas. Foram desenvolvidas duas pesquisas: (1) no primeiro estudo, realizamos análise de correlação, para verificar a relação entre o desfecho equilíbrio, avaliado por meio da plataforma de força, e a fadiga, avaliada por meio da Parkinson Fatigue Scale (PFS). Além disso, comparamos os grupos “com fadiga” e “sem fadiga” nas variáveis demográficas, sinais e sintomas da DP e equilíbrio; (2) no segundo estudo, investigamos a associação entre a fadiga, avaliada de forma subjetiva por meio da PFS, e os dados demográficos, estadiamento da doença, ansiedade e depressão, cognição e os sintomas não motores e motores da doença (Movement Disorder Society – Unified Parkinson’s disease Rating Scale). Foi também realizada a comparação entre os grupos (“fadiga” e “não fadiga”), nas variáveis citadas. Resultados: no primeiro estudo, verificamos que não houve correlação entre as variáveis de fadiga e os parâmetros de controle postural (área do centro de pressão dos pés, velocidade e amplitude) e que não houve diferença entre os grupos “low-fatigue” e “high-fatigue”. No segundo estudo, verificamos que o grupo “fadiga” apresentou: maior pontuação na escala de HY, maior severidade dos sintomas não motores e motores relacionados às atividades de vida diária, mais complicações motoras e maior ansiedade e depressão. De acordo com os modelos de análise de regressão, nossos resultados apontam que a fadiga se associa a menor dose diária equivalente de levodopa e ao aumento do: IMC, ansiedade e depressão, sintomas não motores das experiências da vida diária. Conclusão: De acordo com os achados dos dois estudos que compõem esta tese, a fadiga esta´ mais relacionada aos sintomas na~o motores, quando comparado ao comprometimento motor em si. Estes resultados reforc¸am a importa^ncia de uma abordagem sistematizada dos sintomas na~o motores na DP.

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Palavras-chave

Doença de Parkinson, Equilíbrio postural, Sinais e sintomas, Reabilitação, Fadiga, Reabilitação - Doenças

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