Herbicidas, inseticidas e fungicida trifloxistrobina + protioconazol e suas associações no desenvolvimento de fungos fitopatogênicos da soja

Data

2020-02-17

Autores

Paduan, Fernanda Neves

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Resumo

A aplicação de produtos fitossanitários em pós-emergência na soja pode influenciar organismos que não sejam o alvo da aplicação. A possibilidade de mistura de produtos fitossanitários permite a interação entre os mesmos, o que pode interferir na eficiência de controle. O objetivo do presente estudo foi verificar a ação de herbicidas e inseticidas utilizados em pós-emergência da cultura da soja sobre a germinação e crescimento do tubo germinativo de esporos de Phakopsora pachyrhizi e Corynespora cassiicola, para estes, avaliou-se a associação de fungicida e inseticidas na germinação de esporos; o crescimento micelial de Cercospora sojina, Cercospora kikuchii e Sclerotinia sclerotiorum e a germinação carpogênica de escleródios de S. sclerotiorum. Foram avaliadas as concentrações de 1; 10; 100; 1000 e 10000 ppm para os herbicidas glifosato, glufosinato de amônio e dicamba, inseticidas imidacloprido+bifentrina, thiamethoxam+lambda-cialotrina e cloridrato de cartape e concentrações de 0,1; 1; 10 e 100 ppm do fungicida trifloxistrobina+protioconazol. Para os experimentos da ação de inseticidas e herbicidas na germinação de esporos de P. pachyrhizi e C. cassiicola, a avaliação do percentual de germinação foi efetuada com base na contagem de 200 esporos ao acaso. A avaliação do comprimento do tubo germinativo foi realizada através de microscópio óptico com câmera acoplada. Os dados foram submetidos à análise de variância e teste de Tukey a 5% de probabilidade. Foi calculada a dose que inibe 50% da germinação (CI50). Dados da germinação de esporos submetidos a associações de fungicida e inseticidas formaram curvas de dose-resposta e isobologramas, inferindo sobre a interação. Concentrações de herbicidas, inseticidas e fungicida foram fundidas com meio BDA, avaliando o crescimento micelial de C. sojina, C. kikuchii e S. sclerotiorum. As medições foram convertidas para porcentagem de inibição e estimada a CI50. Para a geminação carpogênica de S. sclerotiorum, escleródios foram depositados em solo esterilizado em gerbox, submetidos a aplicações de herbicidas e fungicida. O número de estipes e apotécios foram submetidos ao teste de Tukey a 5% de probabilidade. O herbicida glufosinato inibiu a germinação de uredósporos de P. pachyrhizi a partir de 1 ppm. Imidacloprido+bifentrina afetou levemente a germinação de C. cassiicola, assim como herbicida dicamba. Inseticidas e herbicidas diminuíram o comprimento do tubo germinativo de P. pachyrhizi e C. cassiicola. Foi observado desenvolvimento anormal do tubo germinativo de P. pachyrhizi submetidos a glifosato, glufosinato de amônio e trifloxistrobina+protioconazol. Associações de cloridrato de cartape e trifloxistrobina+protioconazol foram sinérgicas inibindo a germinação de P. pachyrhizi e antagônicas ou aditivas para C. cassiicola. Mesmo a maior concentração, de 10000 ppm, de imidacloprido+bifentrina não atingiu inibição de 50% do crescimento micelial de S. sclerotiorum, C. sojina e C. kikuchii. Cloridrato de cartape apresentou CI50 menores para o crescimento micelial dos fungos avaliados. Menor número de apotécios foi observado na concentração de 1000 ppm de glifosato. Apotécios anormais foram observados para os herbicidas glifosato, glufosinato e dicamba. Herbicidas e inseticidas podem influenciar o desenvolvimento de fitopatógenos, além de causar modificações na morfologia de estruturas fúngicas

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Palavras-chave

Glifosato, Glufosinato de amônio, Imidacloprido+bifentrina, Thiamethoxam+lambda cialotrina

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