Avaliação da bioacessibilidade in vitro de minerais em suplementos alimentares de camu-camu e espirulina

Data

2024-02-09

Autores

Salgado, Ingrid Kauana Iagla

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Resumo

Nos últimos anos, o consumo de suplementos alimentares combinados com uma alimentação saudável e balanceada tem sido incentivado. Nesse contexto, destaca-se o uso de suplementos naturais, como camu-camu e espirulina, que são ricos em minerais e componentes bioativos que auxiliam na manutenção e no bom funcionamento do organismo. No entanto, conhecer o conteúdo total de minerais e outros nutrientes não é suficiente para fornecer o verdadeiro valor nutricional de um alimento. A simulação gastrointestinal in vitro permite estimar a fração bioacessível dos nutrientes que fica disponível para ser absorvida pelo organismo. Existem estudos da bioacessibilidade de compostos com propriedades antioxidantes em camu-camu, porém a bioacessibilidade de minerais ainda não foi relatada na literatura. A bioacessibilidade de minerais em espirulina é relatada na literatura, mas a correlação entre alguns parâmetros da composição centesimal com a bioacessibilidade de minerais ainda não foi reportada. Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi determinar a concentração total de minerais (Ca, Mg, Zn, Fe, Mn e Cu) nesses suplementos de diferentes marcas, avaliar a bioacessibilidade empregando um método de digestão in vitro padronizado pela BARGE (Grupo de Pesquisa em Bioacessibilidade da Europa) e avaliar a correlação entre proteínas, cinzas, lipídios e fibras (insolúveis, solúveis e totais) com a fração bioacessível dos minerais. O conteúdo total dos minerais foi determinado por espectrometria de absorção atômica em chama (FAAS), após digestão ácida assistida por micro-ondas, assim como as frações bioacessíveis e residuais após ensaios in vitro. Determinou-se ainda o teor de vitamina C do camu-camu. Com base nos resultados obtidos para proteínas (53,3 - 67,2%) e fibras totais (13,3-20,8%), observou-se que a espirulina pode ser classificada como produto com alto teor de proteínas e fibras, apresentando valores superiores a 12,0 % e 6,0 % respectivamente. O camu-camu apresentou teores de vitamina C variando de 0,4 a 18,0 g 100 g-1. As concentrações totais de minerais (mg kg-1) para espirulina seguiram a ordem: Mg (2406,7 – 3155,8), Fe (664,4 – 2065,1), Ca (636,9 - 976,3), Mn (37,5 - 61,4), Zn (7,9 -19,8) e Cu (1,2-9,1), e em camu-camu destacaram-se em Mg (57,2 – 9361,1), Ca (637,9 - 2414,8), seguidos de Fe (4,4 – 46,3), Mn (2,8 – 26,4), Zn (9,1 – 20,5) e Cu (0,4). A espirulina apresentou maiores frações bioacessíveis na fase gastrointestinal (%) para Mg (82 - 91), Zn (82 – 90), Mn(64 - 81) seguidas de Cu (59-100), Ca (50 - 76) e Fe (37 - 45). Suplementos de camu-camu apresentaram frações bioacessíveis (%) para Cu (100), Fe(32-104) e Ca (64-89), seguidas de Mn(7-93), Mg (4-99) e Zn (31-51), na fase gastrointestinal. A bioacessibilidade mineral apresentou correlações negativas com a matriz, principalmente com fibras alimentares que podem se ligar aos minerais e influenciar na solubilidade do mineral no trato gastrointestinal. A bioacessibilidade de Fe contribuiu com 6,6% da ingestão diária de Fe recomendada no consumo de 1g de espirulina. Para o camu-camu a contribuição foi de 3,6 % para a ingestão de Mg em 1g de camu-camu, e 1,1% para Mn. Assim, com base nesse estudo, foi possível avaliar o valor nutricional dos suplementos de camu-camu e espirulina em termos de minerais, a partir das frações bioacessíveis dos minerais em estudo.

Descrição

Palavras-chave

Camu-camu, Espirulina, Método UBM, Digestão in vitro, Química analítica, Suplementos naturais, Micronutrientes, Proteínas, Vitamina C na nutrição humana

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