Associação entre coping religioso e espiritual e as tentativas de suicídio

Data

2021-12-06

Autores

Rossignolo, Isadora Rodrigues

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Resumo

INTRODUÇÃO: A segunda maior causa de morte em jovens, entre 15 e 29 anos, no mundo é representada pelo suicídio, que compreende no Brasil como a quarta causa de óbitos evitáveis. Estimam-se que as próprias tentativas superam os casos confirmados, tornando-se potenciais fatores de risco para novos atos. Diante disso, os enfrentamentos que envolvem o uso da religiosidade são comumente estudados por meio de estratégias de Coping Religioso/Espiritual, que consistem em ações capazes de reafirmarem a fé diante de situações conflituosas, assim como, de reestabelecerem, fortalecerem os sentimentos de esperanças, de apoio social frente às problemáticas da vida e que se associa a um bem-estar subjetivo. OBJETIVOS: Correlacionar o coping religioso/espiritual e as manifestações impulsivas com o comportamento suicida. MATERIAL E MÉTODO: Estudo do tipo descritivo, com delineamento correlacional, realizado com 260 sujeitos provenientes de comunidades terapêuticas e instituições religiosas de duas cidades do interior do Paraná. A pesquisa também ocorreu em meio eletrônico, por meio da plataforma Google Forms. Os dados foram coletados de outubro de 2020 a junho de 2021, por meio da aplicação de um questionário sociodemográfico e das Escalas de Impulsividade de Barratt e de Coping Religioso e Espiritual. Os dados foram submetidos aos testes de normalidade, à análise descritiva, comparação entre médias e medianas e testes de tendências, utilizando os programas SPSS (v.26) e Jamovi (versão 1.8). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa, pelo parecer de número: 4.276.621/CAAE: 36315020.5.0000.5231. RESULTADOS: A maioria da amostra foi composta por mulheres (66,6%); A média de idade dos participantes foi de 38,9 anos. Cerca de 47,3% eram casados/relacionamentos estáveis e 36,2% concluiram o nível de pós-graduação. Com base nas crenças religiosas, 32,3% se declararam como católicos e evangélicos, seguidos de espíritas com 20,7%. Quase 56% afirmaram não ter nenhuma prática religiosa. Do total da amostra, 69% dos respondentes relataram não buscar por ajuda em momentos de crises/estresse e, 22% relataram receber apoio. Com relação a presença de transtornos mentais, 114 afirmaram possuir algum tipo de diagnóstico (ansiedade, depressão, ambos ou outros) e 122 afirmaram já ter pensando em suicídio, pelo menos, uma vez na vida. O método predominante de escolha para as tentativas foi o de uso de substâncias químicas/remédios. Houve correlações negativas (teste de Jonckheere-Terpstra) entre escolaridade/idade, CREN-Total e Razão de Coping. CONCLUSÃO: O estudo trouxe um importante panorama frente às atitudes baseadas nas crenças/religiosidades e nos atos que se relacionam ao comportamento suicida. Nesse sentido, o suporte social e aporte religioso, mesmo com deficiências, manifestam-se como importantes fatores protetivos ao comportamento suicida.

Descrição

Palavras-chave

Saúde mental, Tentativa de suicídio, Suicídio, Coping religiosoespiritual

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