A gênese da imaginação na idade pré-escolar: unidade conteúdo-forma-destinatário em análise
Data
2023-02-16
Autores
Carbonieri, Juliana
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Resumo
A presente pesquisa justifica-se pela busca em contribuir com a compreensão da imaginação como função psíquica superior na perspectiva da Teoria Histórico-Cultural a fim de fomentar processos educativos desenvolventes para e com as crianças no período da idade pré-escolar. Ao considerar as práticas pedagógicas numa perspectiva desenvolvente, nossa hipótese contempla a unidade conteúdo-forma-destinatário como condição para o desenvolvimento das funções psíquicas superiores, com destaque para a imaginação no período da idade pré-escolar. Diante disso, nossa problemática concentra-se em torno da seguinte questão: Como criar condições e possibilidades para o desenvolvimento da imaginação como função psíquica superior na educação infantil? Para responder ao problema, elencamos como objetivo geral: compreender quais são as condições necessárias para que o desenvolvimento da imaginação aconteça no período da idade pré-escolar. A pesquisa se configura como uma investigação teórica e documental com aportes do materialismo histórico-dialético e dos pressupostos da teoria histórico-cultural. A unidade de análise que nos propusemos verificar, se encontra na tríade conteúdo-forma-destinatário. Depreende-se, para que haja o desenvolvimento da imaginação nas crianças pré-escolares (destinatário), é necessário compreender quais conteúdos possibilitam a ampliação do universo de significação (conteúdo) com vista a promover o desenvolvimento psíquico e também, a forma como esse conteúdo está organizado e é disponibilizado (forma) para essa possibilidade desenvolvimental. A exposição dos dados de análise se apresenta em conformidade com os objetivos específicos, quais sejam: (1) sintetizar as especificidades do desenvolvimento infantil no período da idade pré-escolar (destinatário); (2) caracterizar o desenvolvimento psíquico da imaginação no período da idade pré-escolar (objeto de pesquisa e produto da prática social); (3) analisar por meio dos livros didáticos a prática pedagógica revelada como possibilidade de desenvolvimento da imaginação (conteúdo-forma). Os resultados alcançados comprovam nossa hipótese. A afirmativa desta se deu no movimento histórico da análise crítica dos livros didáticos para crianças de quatro e cinco anos de idade, o qual se tornou possível diante das sínteses empreendidas no decurso das seções que compõem esta dissertação. Ao discutir as especificidades da criança no período da idade pré-escolar (seção 3) bem como caracterizar o desenvolvimento da imaginação neste período (seção 4), foi possível confrontar a unidade de análise representada nos livros didáticos (seção 5), e verificar a inconsistência e a não correspondência entre as partes. Considerando as sínteses elaboradas, entendemos que a resposta para nossa indagação inicial se encontra em uma trama complexa que impede uma compreensão linear (causa-efeito) do objeto. Desse modo, o problema de pesquisa é respondido na medida em que compreendemos quais são as condições necessárias para o desenvolvimento da imaginação e percebemos sua ausência no conteúdo propagado em forma de propostas descontextualizadas nos livros didáticos. Conclui-se que compreender, de fato, as condições do desenvolvimento da imaginação e assim poder criar as possibilidades para tal, exige transformação no pensamento e na ação, transformação essa que se torna possível somente após realizar o détour, tal como fundamentado em nossa pesquisa
Descrição
Palavras-chave
Imaginação, Idade pré-escolar, Educação infantil, Livro didático, Arte, Educação infantil - Maternal, Aprendizagem, Lúdico, Humanização, Imaginação nas crianças, Livros didáticos