Tratamento com baixas doses de aspirina nas fases aguda e crônica da infecção murina por trypanosoma cruzi promove neuroproteção entérica

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Oda, Juliano Yasuo

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Resumo

Resumo: A doença de Chagas (DC) representa um importante problema de saúde pública no Brasil, devido ao surgimento de novos casos e também por ainda não possuir cura A DC acomete o controle nervoso do trato gastrointestinal, resultando em severos distúrbios de motilidade Essas alterações de motilidade devem-se, principalmente, à perda de neurônios do plexo mientérico, o qual é um dos plexos ganglionados do sistema nervoso entérico Neste estudo, objetivou-se avaliar se o uso de baixas doses de aspirina (ASA) durante a fase aguda (2 mg/kg) ou crônica (5 mg/kg) da infecção experimental por T cruzi seria capaz de proteger neurônios mientéricos do cólon de camundongos Todos os procedimentos foram aprovados pela Comissão de Ética no Uso de Animais da Universidade Estadual de Londrina (UEL) Camundongos Swiss foram distribuídos em grupos que receberam PBS ou foram tratados com baixas doses de aspirina durante a fase aguda (2 mg/Kg, ASAEarly) ou crônica (5 mg/Kg, ASADelayed) da infecção causada pela cepa Y de T cruzi Após 75 dias de infecção, coletou-se o cólon para quantificar focos inflamatórios em cortes histológicos e neurônios mientéricos gerais, nitrérgicos, VIPérgicos e colinérgicos evidenciados por imunofluorescência Além disso, avaliou-se o trânsito gastrointestinal Contou-se o número total de corpos celulares de neurônios gerais, nitrérgicos e VIPérgicos presentes em 24,6 mm2 de cada animal, valor que projetado para 1 cm2 O número de neurônios colinérgicos foi estimado pela diferença entre o número de neurônios gerais e o número de neurônios nitrérgicos Foi também realizada a mensuração da área do corpo celular de 3 neurônios evidenciados em cada marcação de cada animal Foram mensuradas 7 varicosidades nervosas mientéricas VIPérgicas e contendo Substância P O tempo de trânsito intestinal foi avaliado com a administração de um marcador não absorvível, via gavagem (tempo zero), até a eliminação do primeiro pelete de fezes na cor vermelha Os dados foram expressos por média ± desvio padrão, e os grupos foram comparados utilizando ANOVA, seguido pelo pós-teste de Tukey, considerando significante p<,5 O tratamento com ASA na fase aguda provocou uma significativa redução no pico de parasitemia (p<,5) Com relação a quantidade de foco inflamatório, ambos tratamentos foram eficientes para reduzi-los Os camundongos infectados do grupo PBS apresentaram intensa perda neuronal mientérica, tanto na população geral (6,67%), como também nas subpopulações nitrérgica (49,%), colinérgica (67%) e VIPérgica (38,%) (p<,5) Essa morte de neurônios foi significativamente reduzida pelo tratamento com ASA tanto na fase aguda (ASAEarly) como na fase crônica (ASADelayed) da infecção (p<,5) A intensa morte de neurônios colinérgicos nos animais do PBS provocou significativo retardo do trânsito do tubo digestório (p<,5) O tratamento com ASA contribuiu para que o tempo de trânsito gastrointestinal dos animais infectados permanecesse semelhantes aos animais saudáveis A infecção por T cruzi, provocou uma hipertrofia no corpo celular dos neurônios remanescentes O tratamento com ASA na fase aguda da infecção contribuiu de forma mais expressiva para manutenção da área do corpo celular dos neurônios mientéricos remanescentes Camundongos infectados com T cruzi não tratados com ASA apresentaram varicosidades nervosas mientéricas VIPérgicas atrofiadas e as contendo substância P estavam hipertrofiadas Além disso, as fibras nervosas apresentaram maior intensidade de brilho para SP Conclui-se que a administração de ASA apresentou efeito neuroprotetor para os neurônios do plexo mientérico do cólon de camundongos infectados por T cruzi

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Palavras-chave

Chagas, Doença de, Neuropatia, Aspirina, Chagas' disease, Neuropathy, Aspirin

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