Memórias, exílios e viagens em La pasión de los nómades (1994), de María Rosa Lojo
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Silva, Alessandro da
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Resumo
Resumo: A escrita a partir da memória e da história sempre teve seu lugar de destaque na literatura, principalmente na contemporânea, produzida em um contexto pós-moderno, no qual vários escritores enveredaram-se na elaboração de textos que enredam a memória e as subjetividades do indivíduo numa espécie de narrativa que se funde com o discurso histórico Tal narrativa parece usar a memória como chave e fio condutor para a representação de experiências de vida, na qual o euapresenta-se como um indivíduo pertencente a um determinado momento da história e que sente necessidade de se aventurar e se exilar em uma viagem ao passado Essa modalidade narrativa contemporânea, produto do diálogo entre a literatura e a história, tem sido reconhecida pela crítica como Novo Romance Histórico e tem se destacado em termos de produção literária Já na Poética (1994), Aristóteles deixou claro que caberia à história contar o que aconteceu e à literatura o que poderia ter acontecido Assim, a primeira ficaria circunscrita à representação da verdade e do real e a segunda à verossimilhança Diante de tais considerações, esta Dissertação discute o conceito de literatura de María Rosa Lojo expresso em La Pasión de los Nómades (1994), narrativa vista como exemplo de Novo Romance Histórico Destaca-se, com base na análise do romance, que tal conceito consiste na ideia de que escrever literatura é negociar com a realidade, entender a própria vida e a sociedade Ademais, a escritora considera o exílio como condição fundamental para se pensar a literatura e a história Ao mesclá-las, em uma viagem ao centro da existência de cada ser humano, por meio da ficção, a autora entende que é possível negociar culturas e fronteiras, (re)visar discursos excludentes e apresentar outras reflexões para se pensar no lugar de um discurso literário e social latino-americano A pesquisa aborda, então, a figura da escritora María Rosa Lojo – uma intelectual que teoriza a literatura e a história a partir do exílio e que experimenta esteticamente sua crítica por meio do texto literário –, além de propor um debate historiográfico sobre a formação do subgênero Novo Romance Histórico e demonstrar,como resultado que a autora elege em sua escrita, o exílio e a ficcionalização da história como eixos centrais, para, partindo-se deles, promover uma (re)discussão de dilemas, temas e sujeitos históricos e literários que povoam os discursos intelectuais da América Latina
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Palavras-chave
Ficção argentina, História e crítica, Memória, Exílio, Literatura e história, Exiles, Argentine fiction, History and criticism